Crítica sobre o filme "Meu Passado Me Condena 2":

Rubens Ewald Filho
Meu Passado Me Condena 2 Por Rubens Ewald Filho
| Data: 01/07/2015

Esta é uma franquia que está sendo explorada de todas as formas. Teve a série de TV, a montagem teatral, o texto que saiu em livro, um longa-metragem de sucesso e agora sua continuação. Novamente feita pela competente e jovem Julia Rezende e estrelada pelo incansável Fabio Porchat. O problema como sempre sucedeu com o cinema brasileiro é que o roteiro é muito fraco e deixa sempre a desejar. Não apenas o personagem de Fabio (também chamado de Fabio) é muito mal delineado, mas também irresponsável e um péssimo marido, a esposa Miá (idem no filme) e acabam indo para Portugal, onde irão encontrar uma bela casa de aldeia da família e o enterro de uma velha parente (o avô  - Antonio Pedro - ficou viúvo!). Também encontrarão antigos amigos entre eles, o Ricardo Pereira, o único ator português que se deu bem em novelas brasileiras, até porque soube perder o sotaque. Ele tem aqui o papel ingrato do primo adotado, super competente que seria o rival –inimigo de Fabio. Claro que em comédia tudo se arranja. Por outro lado, a atriz portuguesa que faz o equivalente feminino, Mafalda Rodilles, mesmo com sotaque sai-se muito bem.

O filme é bem feitinho, foi rodado em encantadoras locações em Portugal (como a Quinta de Sant’Ana, no Gradil, e em Sortelha, um vilarejo perto da Serra da Estrela com apenas 25,72 Km² de área e 200 habitantes). O problema é que a todo o momento e em todas as situações os diálogos são muito fracos e cabe a Fabio melhorar tudo inventando palhaçadas e situações de improviso. Tudo bem que de vez em quando acerta. Mas não é stand up para ele segurar sempre as pontas.

Ou seja, mais uma continuação mais fraca que o original, razoável, mas está na hora de trabalharem mais no roteiro e dar mais sustentação não apenas ao astro mas a todo o elenco que ficou perdido.