Em 2011 essa mesma dupla fez imenso sucesso no mundo todo com Intocáveis, inclusive no Brasil (onde agora uma versão teatral tem semelhante êxito), ganhando o Globo de Ouro de filme estrangeiro mas nem sendo indicado para o Oscar de filme estrangeiro (muita gente achou que foi injustiça). Para seu filme seguinte resolveram mudar de tom e fazer uma drama sobre emigração para a Europa, um tema que não podia ser mais atual, mas que nem por isso é mais comercial, ao contrário, normalmente é rejeitado pelo público, que com tantos problemas prefere não enfrentar o assunto. Conservaram apenas o ator central, Omar Sy (nascido na França, de pai do Senegal, mãe da Mauritânia, a esta altura ele já está em Hollywood tendo uma participação marcante em X Men Dias de um Futuro Esquecido, Jurassic World). Com um metro e noventa, ele tem uma figura majestosa e carismática, que faz justamente um emigrante do Senegal que há mais de dez anos veio de sua terra e ainda não conseguiu os papéis para ficar na França. O nome pouco tem a ver com a música brasileira, embora o filme comece com um plano sequência de um numero musical cuja melodia seria um samba ainda que sem a nossa batucada. Serve de introdução ao protagonista que trabalha como lavador de pratos num restaurante. Depois, num diálogo com o amigo, este lhe conta que em vez de dizer que era árabe passava por brasileiro, porque nos teríamos melhor imagem e mais fama de bonito e sensual.
O filme é basicamente a história desse emigrante, sempre fugindo, sempre com medo e da mulher que se aproxima dele, Charlotte Gainsbourg (Ninfomaníaca), que está saindo de uma crise emocional e tentando reconstruir sua vida, largando o trabalho de executiva. Através de uma organização chamada Cimade, ajuda então Samba a conseguir emprego e papeis. Até naturalmente nascer o amor. Há alguns momentos de humor mas o tom é dramático ainda que se esforce para ser romântico, até com outro casal paralelo. Não achei que se classifique como comédia romântica. Nem suspense, nem uma emoção assim tão palpável. Parece cheio de boas intenções mas não chega nem perto do anterior.