Crítica sobre o filme "Mistério da Felicidade, O":

Rubens Ewald Filho
Mistério da Felicidade, O Por Rubens Ewald Filho
| Data: 24/06/2015

O diretor argentino Burman já é Cult aqui no Brasil, graças aos filmes que tem exibido por aqui. Sempre comédias humanas, em geral em torno de ambientes e situações típicos de judeus (mas não aqui) que resultaram em bons trabalhos como Esperando o Messias (2000), O Abraço Partido (04), As Leis de Família (06), Ninho Vazio (08), Dois Irmãos (10), A Sorte em Suas Mãos (10).

Desta vez se percebe que houve um upgrade técnico (os outros eram meio toscos) na qualidade da fotografia e ambientação, na trilha musical saborosa (com alguma menção de musica brasileira, até porque há umas poucas cenas rodadas no Rio de Janeiro). O resultado é um filme simpático e agradável mas que carece de aprofundamento, humor, personagens coadjuvantes (já que os protagonistas não tem filhos, nem amigos, ou família! Falta portanto situá-los num ambiente para torná-los mais reais e verdadeiros.

Enfim, fica devendo. É a história de dois grandes desde a juventude que continuam sócios e bem sucedidos, em diversos negócios (embora a gente só veja uma loja de eletrodomésticos e o hábito de jogar em cavalos, coisa que parece que só argentino ainda costuma fazer!). A sequência inicial feita com muita habilidade é formidável e faz imaginar uma grande comédia que não se configura. Um dos amigos que é casado, Eugenio (Fabian) resolve sumir, sem dar satisfações ou explicações. Se fosse filme americano teria sido sequestro ou assassinato. Só que o amigo fica muito abalado e não tem outro remédio se não aceitar a intromissão da mulher do outro (apesar de tantos anos eles não tem maior intimidade!). Os dois eventualmente ficam amigos (porque ela sabe-se lá porque ela começa megera e depois vira santa!). Ou seja, por mais que eu queira gostar do filme parece que o script é apenas um esboço que ficaram com medo de desenvolver.