Crítica sobre o filme "Cobain - Montage of Heck":

Rubens Ewald Filho
Cobain - Montage of Heck Por Rubens Ewald Filho
| Data: 17/06/2015

É bem interessante este documentário muito bem recebido nos EUA e que não se trata de um filme show, nem se preocupa especialmente em registrar momentos musicais ou performances. O diretor e roteirista Morgen (conhecido por O Show não pode Parar/ The Kid Stays in the Picture, 02, Crossfire Hurricane, 12 com Rolling Stones, Chicago 10, 07 e On the Ropes, 99, pelo qual foi indicado ao Oscar da categoria) fez um filme autorizado pela família e herdeiros mas nem por isso esconde fatos ou informações (mas toma opções curiosas, como a de evitar mostrar a morte/suicídio do artista Cobain 1967-94, se encerra na Inglaterra, com sua mulher chegando para atender o marido num hospital, tendo confessado que ele era ciumento e ela estava prestes a traí-lo). Mas não cai no mórbido nem no especialmente polêmico.

Como estou longe de ser especialista no Nirvana, observei com curiosidade as imagens de Kurt , nem sempre tão fotogênico nas câmeras quanto em fotos. Fala pouco, não esconde suas opção pelo uso de droga (o diretor não usa Dave Grohl, do grupo, porque ele estava fazendo outro filme e quando ficou livre achou que sua presença não era mais necessária). Toda pessoa e ainda mais todo artista é um mistério e o filme não pretende decifrá-lo. Mas foi uma bela tentativa, não cansa (ainda que longo), utiliza vários recursos de narração (como muita animação) e toma uma posição que nem louva nem critica, apenas testemunha uma tragédia que levou Cobain a imortalidade. Fãs do gênero devem obviamente assisti-lo. Mas os outros também irão se informar.