Crítica sobre o filme "Minha Querida Dama":

Rubens Ewald Filho
Minha Querida Dama Por Rubens Ewald Filho
| Data: 17/06/2015

Eis um daqueles filmes que não merecem o elenco que tem. O que prometia ser um filme refinado e elegante, passado em Paris, com um elenco britânico, se reduz a modesto desacerto. Fiquei impressionado com a presença de 17 produtores, sem um mau sinal e com a falta de talento do autor e diretor estreante aos 75 anos Israel (veterano de mais de 50 peças e de roteiros sobre a vida de James Dean, o bonito Sunshine, o fraco Autor em Família). Nem mesmo três astros indestrutíveis conseguem dar alento a uma comédia dramática que não chega a ser romântica.

Kevin Kline faz mais uma vez um daqueles papéis de vigaristas decadentes, no caso, Mathias Gold, que é um americano que vem a Paris quando fica sabendo que herdou um apartamento do pai no bairro da moda, o Marais (ele está duro e precisa urgente do dinheiro que a venda do lugar poderá lhe render). É quando entra em cena uma lei francesa que chamam de viager e que decreta que ele não poderá mexer no apartamento enquanto a ocupante do prédio estiver viva! No caso, é uma teimosa e ardilosa velha de 92 anos (a magnífica Maggie Smith não tem as chances de brilhar como merecia!).

E para complicar ela tem ainda morando ali a filha (outra ótima atriz sem ter o que fazer, Kristin que é francesa de adoção). Se você se lembrou dos filmes de humor negro britânicos dos anos 50, estilo Como Matar um Tio Rico, está enganado. Eles não tem coragem de enveredar por essa trilha que poderia ser uma salvação. Uma curiosidade: durante os créditos do fim, Mathias revela sua decisão do que fazer com o apartamento e porque. Além disso, no fim dos créditos Mathias pergunta a LeFebvre onde ele aprendeu inglês!

Enfim, ótimo elenco numa comedinha inferior. Se você já passou dos 50 acrescente uma estrela a mais na classificação pessoal!