Crítica sobre o filme "Franco Atirador, O":

Rubens Ewald Filho
Franco Atirador, O Por Rubens Ewald Filho
| Data: 08/05/2015

Embora a gente saiba bem que hoje em dia ninguém tem memória mais de coisa alguma, é sempre ruim repetir um titulo, ainda mais quando o anterior se tratou de um filme super premiado como foi o Franco Atirador de Michael Cimino, com Robert De Niro e Meryl Streep (78). Na verdade, esta é mais uma daquelas produções francesas com astros internacionais (curiosamente se for procurar na ficha vai encontrar Joel Silver e Penn como co-produtores, além do Studio Canal e Canal Plus - canal por assinatura mais poderoso da França-, a catalã Nostromo, e que curioso até mesmo o Amazon Instant Video). Penn ainda co-assinou o roteiro ao lado de Don MacPherson (britânico de Absolute Beginners) e Pete Travis (diretor de Dredd, Ponto de Vista ) baseado no livro The Prone Gunman, do Frances Jean-Patrick Manchette. Mais importante é realização que é assinada por Pierre Morel, que fez a origem desse tipo de filme (Busca Implacável com Liam Neeson , 08) e antes disso como fotógrafo (Carga Explosiva, Rogue).

Nada disso esconde porém dois problemas fundamentais. 1) Sean Penn, nesta sua primeira investida europeia, está longe de ter a figura cheia de credibilidade e firmeza de Neeson. Sua aparência esta mais para uma presença amarga e desiludida, nunca escondendo que tem problemas com o alcoolismo, com o rosto vincado, além certo estupor como se não quisesse estar ali mas em outra parte; 2) a história esta longe de ser original e surpreendente.

Em contraponto, parece que foi Penn que exigiu um elenco de apoio de qualidade, chamando por exemplo o ator teatro Rylance (que Faz Cox), o premiado e sempre bem vindo Javier Bardem, outro britânico, o selvagem Ray Winstone, e o excelente Idris Elba, de família que veio de Sierra Leone para a Inglaterra e estrelou a série de TV Luther, com excepcional carisma. Penn faz esse sniper Terrier (franco atirador) mercenário que trabalha para um cliente desconhecido e mata o ministro das minas do Congo. Precisa fugir e se esconder, tendo que abandonar sua namorada. Anos depois retorna ao Congo, onde passa a ser caçado por um grupo de assassinos profissionais. É obrigado então a procurar os antigos colegas.

Este Franco Atirador que traz evidentes sinais de ambição de ser também um thriller político, foi pessimamente recebido, onde já foi considerado o pior do ano, aborrecido e previsível, e não rendeu mais do que 10 milhões de dólares (custou 40), e por enquanto não teve retorno de outros lugares. Rodado em Barcelona, Capetown, Londres, também é prejudicado pela falta de humor, que ajuda a lhe tirar qualquer o que se costuma ter de melhor os filmes de ação, não fazem sentido, mas entretém e são passatempo para a platéia masculina. Este aqui nem isso.