É uma pena que não tenha sido exibido em nossos cinemas, este notável drama policial, com jeito de “noir”, inspirado em obra de escritor famoso do gênero (baseado em conto de Lehane autor de Sobre Meninos e Lobos, Ilha do Medo). Lamentável também por ter sido o último trabalho do excelente ator James Gandolfini, da Família Soprano, e que marca a estreia no cinema americano do promissor diretor belga que havia sido indicado ao Oscar, de produção estrangeiro por Bull (de onde trás o também talentoso ator Matthias Schoenaerts de Ferrugem e Osso). Ainda por cima, ganhou prêmios de melhor roteiro em San Sebastian, ator Sant Jordi Award, menção especial em Zurich.
Todas razões suficientes para assistir este filme policial, que Gandolfini consegue tornar humano e um pouco patético. Ele seria o dono (ou quase, ou coisa que valha) de um bar do Brooklyn que é o lugar tradicional para se fazer as entregas de qualquer coisa desonesta ou fora da lei. O também ótimo Hardy (novo Mad Max) é narrador da história que nos faz conhecer melhor o lugar (ele é primo de Gandolfini) de seus frequentadores sem futuro, uma instituição bem americana com suas figuras soturnas e sem futuro. Ou simplesmente, fazer chegar aos gângsters locais o dinheiro desonesto.O problema maior é quando Bob se vê no centro de um assalto que não deu certo, onde amigos, familiares e inimigos se unem para tentar sobreviver. Destaque também para a interessante Noomi Rapace (sueca conhecida pelo original Os Homens que Não Amavam as Mulheres, como uma vizinha que tenta se livrar de cachorro e acaba interessando Hardy). O filme não custou tanto (12 milhões de dólares), nem rendeu muito (10 milhões), mas o que importa é que merece uma checada. Em especial se gosta do gênero.