Crítica sobre o filme "118 Dias":

Rubens Ewald Filho
118 Dias Por Rubens Ewald Filho
| Data: 04/03/2015

Não são todos que conhecem o americano Jon Stewart, que chegou a apresentar uma festa do Oscar (2006) sem maiores repercussões e recentemente largou depois de muitos anos o programa de televisão The Daily Show que fazia desde 1996, com grande ênfase no humor e sátira política. Não espere porém nada desse tom, já que ele fez um filme muito pessoal, kafkaniano, sobre um fato real, que havia sido registrado em livro do próprio Maziar Bahari,  hen They Came For Me: A Family´s Story of Love, Captitivity and Survival /Então Eles  Vieram Atrás de Mim, A Historia de uma Família, de Amor, Prisão e Sobrvivência.

Muito politizado, Stewart embora judeu de família fez antes um filme muito interessante onde ele defendia a ideia e o seu direito de ser ateu. Por que isso é uma coisa tão feia e tão escondida quando os ateus são a maioria das minorias e seria uma ideia tão respeitável quanto as  outras. Aqui porém você não vai encontrar rastros de comicidade ou sátira. Feito em algum sistema digital de poucos recursos, ele chamou o ator mexicano Gael Garcia Bernal que virou pau para toda obra, que de iraniano não tem nenhuma aparência (eles são persas e não árabes como os outros). E o colocou como o herói jornalista que vive no Canadá, portanto tem a sorte de ter outra nacionalidade. Quando esta visitando a família (e como sua mãe aparece a conhecida  Shohreh Aghdashloo, que foi indicada ao Oscar® pelo filme Casa de Areia e Névoa, mais A Casa ao Lado, O Apedrejamento de Soraya, a serie 24 Horas, X Men, O Confronto Final etc. E ganhou o Emmy por House of Saddam,08 (infelizmente aqui não tem chance de brilhar).

Eu confesso que para mim é difícil assistir cenas de tortura. Mas o terror aqui é mais psicológico e menos explícito do que se podia pensar e já se viu. Os torturadores são mal informados, e patéticos e então a trajetória do herói na prisão. Acho meio ridículo eu cobrar maior realista e envolvimento na tortura! É doente demais e recusou fazer isso.

Basta dizer que 118 Dias mostra um lado pouco visto aqui em nossos cinemas comerciais. Qualquer ditadura,  pior que todas as religiosas, sempre merecem ser condenadas e expurgadas.