Crítica sobre o filme "Duplo, O":

Rubens Ewald Filho
Duplo, O Por Rubens Ewald Filho
| Data: 19/02/2015

Michael Caine e Harmony Korine são dois dos produtores deste filme independente britânico que foi dirigido pelo jovem Ayoade, mulato filho de nigeriano com a norueguesa  Dagny Amalie, que fez curso em Cambridge, onde passou a fazer parte do grupo de comediantes (e teve êxito Cult com Dark Places, 04, paródia de filmes de terror), além de dirigir music vídeos, em geral na mesma linha. Seu longa seguinte teve ótimas criticas, Submarino (Submarine, 10), estrelado por Craig Roberts e Sally Hawkins. Ben Stiller apresentou o filme e o chamou também para participação em Vizinhos Imediatos de Terceiro Grau (12).

Diante de tudo isso chega até a ser convencional, mais esta adaptação da velha história do duplo que vem atormentar um rapaz tímido chamado Simon, que trabalha numa agência do governo e leva uma vida infeliz que se torna ainda mais radical quando aparece um cara semelhante a ele, James, apenas mais atrevido o que ninguém parece notar. Inspirado em livro do grande Dostoeiwsky, o filme é menos radical de que outro recente com  Jake Gylenhall (O Homem Duplicado, do canadense Dennis Villeneuve, 13, mais desagradável e mais pretensioso).

A maior qualidade daqui não como sempre é a figura pálida e neutra de Eisenberg, mas a produção que é toda estilizada com domínio da cor amarela, cenários antiquados, como se procurasse recordar o antigo Rússia ou ainda União Soviética ou então o Kafka de sempre. Com ar de filme de terror, o filme resulta básico, sem surpresas, com um curioso elenco entrando e saindo sem dizer a que veio. O Ayoade ficou devendo ao menos mais seu senso de humor.