Crítica sobre o filme "Nick Cave - 20 000 Dias na Terra":

Rubens Ewald Filho
Nick Cave - 20 000 Dias na Terra Por Rubens Ewald Filho
| Data: 13/02/2015

Sou mais familiarizado com Nick Cave através de notícias de jornais sobre suas frequentes visitas ao Brasil, isso já em décadas passadas. Mas não guardei grandes lembranças de sua carreira como ator, amigo de Brad Pitt, esteve em Johnny Suede, ainda em 1991, de Tom De Cillo e depois em O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford, 07. Também escreveu o roteiro de A Proposta (The Proposition), de John Hillcoat, com Guy Pearce, Emily Watson e Ray Winstone (que faz uma aparição no filme no carro conversando com Cave). Naturalmente a maior parte de seu sucesso se deve ao grupo Nick Cave & The Bad Seeds que contribuíram para cerca de 50 trilhas sonoras.

Este documentário é centrado agora na cidade que ele vive chamada Brighton, que é na costa britânica (vista em muitos filmes), mas conforme ele mesmo diz é extremamente gelada com ventos sem fim. Mas para o leigo como eu, Cave aparece de forma muito natural, agradável, despretensioso, mostrando uma sensível figura musical. Começa no seu apartamento com a companheira (Susie Bick, mal se consegue percebê-la na cama) e pensando em voz off que nasceu em 1957, e portanto já chegou a 20 mil dias no planeta. Nada sucede de muito importante ate ele na parte final se apresentar num show para uma plateia pequena (ao menos, dos convidados reconheci apenas a sempre brejeira australiana Kylie Minogue, também no carro).

Cave é muito alto, moreno, de olhos caros e ainda mantém uma figura agradável. Não tenho informação suficiente para julgar este seu trabalho perante outros. Mas assisti o filme com interesse, admirei as canções e o trabalho da dupla de diretores vindo do mundo da Arte, passando uma atmosfera intima, que é tão bonita que por vezes parece ser artificial.