Parece que este é finalmente o ano de Julianne Moore! Depois de muitos anos sempre na fila de espera, com uma longa e bem sucedida carreira (76 créditos), admirada pelo público, pelos colegas (esteve filmando em São Paulo com Fernando Meirelles, cheguei a almoçar com ela, já a conhecia de Sundance e sempre me pareceu um figura encantadora, simples e natural. E por sinal muito mais bonita pessoalmente!). Aos 54 anos, nunca esteve tão fotogênica, tão bonita e no auge da carreira.
Sua carreira é impressionante: indicada 5 vezes para o Oscar®, este ano por Para Sempre Alice, em 2003 por Longe do Paraíso (Far From Heaven) e As Horas (The Hours, 2000), Fim de Caso (The End of the Affair, 1999), Boogie Nights, Prazer sem Limites (Boogie Nights, 1997). Este ano já ganhou o Globo de Ouro por Alice, mas ganhou em 2013 o de TV por Virada no Jogo (Game Change). Foi indicada antes em Mapa para as Estrelas (Maps to the Stars, este ano), Minha Mães e Meu Pai (The Kids are All Right, 11), Direito de Amar (A Single Man, 10), Longe do Paraiso, O Marido Ideal (An Ideal Husband, 2000), Boogie Nights e em 84 por melhor elenco no filme Short Cuts. E mais: Emmy por Virada no Jogo, 4 indicações ao Bafta, atriz Festival de Berlim por As Horas, atriz em Cannes por Mapa para as Estrelas, prêmio Gotham por Alice, Independent Spirits por Longe do Paraíso, mais 3 indicações incluindo Alice e Festival Sesc Brasil melhor atriz em Longe do Paraíso. E muitos SAGS: ganhou por Alice e Virada no Jogo, indicada por Boogie Nights e Magnolia (ambos por coadjuvante e elenco), Fim de Caso, As Horas, Minhas Mães e Meu Pai e Virada no Jogo.
Também e interessante notar que Julianne está em outros filmes que ainda vão estrear, como Jogos Vorazes - A Esperança, onde sua personagem dará uma interessante volta, o filme de ação O Sétimo Filho, que é do russo Sergei Brodov, na comédia Freeheld e vai começar Maggie´s Plan.
Como se sabe Para Sempre Alice, é sobre Alzenheimer, um tema difícil para o público (aliás para qualquer um) e que já teve outros sobre o tema. Acho que o melhor ainda é com Julie Christie, que foi até indicada ao Oscar® por Longe Dela (08), assim como o roteiro de Sarah Polley. O mais tocante deste filme é que ele é baseado num fato real, como tantos deste Oscar®, já que os diretores que são gays e casados, queriam contar sua vida na tela, ainda que adotando um personagem feminino. Eles são Wash Westmorland e Richard Glatser (este último que está com a doença, que esta ficando pior rapidamente). E fizeram tremendo esforço para conseguir realizar o filme (eles fizeram antes o gay Fluffer, o premiado Quinceanera, premiado em 06 em Cannes, seguido por The Last of Robin Hood, com Kevin Kline e Susan Sarandon dentre muitos documentários).
Tudo isso torna então mais urgente e tocante este filme muito discreto, que não apela para emoções, e que é controlado pela figura exemplar e sempre arrebatadora de Julianne. Ela é uma bem sucedida professora universitária, linguística, que começa a esquecer palavras. Quando recebe o diagnóstico, tem que preparar a família para a devastadora notícia. Alce Baldwin faz discretamente o marido, mas a surpresa é ver Kristen Stewart, no melhor momento no cinema até hoje, bastante sensível como a filha mais velha. Kate Bosworth faz a outra filha. Portanto, um delicado momento da grande atriz.