Crítica sobre o filme "Jogo da Imitação, O":

Rubens Ewald Filho
Jogo da Imitação, O Por Rubens Ewald Filho
| Data: 05/02/2015

Quero recomendar um bom filme contando mais uma vez uma historia real: O Jogo da Imitação dirigido pelo norueguês Morten Tylden e Indicado para 8 Oscars: filme ator Benedict, atriz Keira, direção, roteiro,montagem, desenho de produção e trilha musical.

Este filme britânico conta outra história real e como sucede em outros casos, que já teve outras versões. De qualidade. Falam muito bem de Micro Live, 87 feito para a TV com Derek Jacobi, depois refeita com o mesmo ator em 96 como Breaking the Code. Em 2011, teve The Turing Enigma, Codebreaker do mesmo ano, Le Code la Vie, 13, sem esquecer a competente versão chamada Enigma (Idem, 01), que não usava o nome do verdadeiro Alan Turing, vivido por Dougray Scott e tinha ainda Kate Winslet.

De qualquer forma, esta versão tem a sorte de contar com a presença de Benedict, que virou superstar na Inglaterra graças ao sucesso de sua série Sherlock (aliás, brilhante e o trabalho dele é excepcional). E a coragem de ir até o fundo, mostrando com uma figura genial de cientista Alan Turing, que alem de ser considerado um dos precursores do computador, também foi quem quebrou basicamente o quebra-cabeça que fez com a Inglaterra e por extensão os aliados, vencesse a Segunda Guerra Mundial. Explicando melhor, os nazistas haviam criado um sistema de código, chamado Enigma, que estava destruindo as frotas aliadas e que ninguém conseguiu decifrar (o filme não mostra, mas por sorte eles encontraram uma das maquininhas, fato contado no filme U 571 a Batalha do Atlântico, 2001, de Jonathan Mostow). 

A partir dela convocaram cientistas jovens e atrevidos que tentaram resolver o mistério, embora fosse Turing o líder mais chato, mais problemático (era homossexual e por isso não quis se casar com a colega de trabalho, também brilhante, feita aqui por Keira Knightley). Também é muito interessante vendo o filme como eles resolveram agir mantendo o segredo mesmo sacrificando amigos e parentes. O mais chocante, porém, é que Turing foi condenado a prisão (na época ser gay era crime na Inglaterra) e obrigado a tomar remédios que acabaram por matá-lo. Suprema ironia: o sujeito que salvou milhões de pessoas durante a Guerra, não só britânicos, acabando sendo morte por mesquinharia e hipocrisia (já que obviamente mesmo sendo proibido não faltavam gays britânicos).

Portanto, uma história muito bem contada, impecável no elenco, na direção (o diretor Morten é norueguês e conhecido no Brasil por um bom suspense chamado The Headhunters) e muito irônica ao final.