Crítica sobre o filme "Invencível":

Rubens Ewald Filho
Invencível Por Rubens Ewald Filho
| Data: 03/02/2015

Sou admirador de Angelina Jolie, alÉm de obviamente bonita, é também esperta,  inteligente  e talentosa. A evolução que teve do primeiro filme como diretora, o quase amador ainda bem que intencionado, Na Terra de Amor e Ódio, 11, para este novo trabalho é nada menos do que espantoso. Ainda mais se considerando que é basicamente um filme de guerra (tema mais masculino, raramente vi mulher tocar no assunto! Só na Europa...). E como está na moda, outra história real.

Como quase todo filme indicado a Oscar®, Invencível foi criticado por duas razões. 1) ser excessivo e cansativo. Muita gente sai da sala cansada de tanto sofrimento, como se já não suportassem mais os problemas e tragédias saindo de uma para cair em outra. Ou seja, bom mas too much. 2) como o livro é baseado em fatos reais (o protagonista morreu pouco antes de concluírem o filme, assistiu apenas trechos), teve religiosos que reclamaram porque no livro e na vida real, ele era extremamente religioso e foi sua fé na verdade que o manteve vivo, agarrado a seu Deus (mal se percebe isso no filme, deve ter sido uma escolha dela, me parece discutível). De qualquer forma, o filme tecnicamente é extremamente bem feito, era um antigo projeto que Angelina foi descobrir no arquivo da Universal onde existia de 1957 e foi planejado para Tony Curtis (e apesar de tudo se deu bem, já passando de 110 milhões de renda). Além disso, nesse meio tempo muito rápida ela já dirigiu outro filme e desta vez com o marido Brad Pitt. É sobre casal que viaja pelo interior da França, nos anos 70. O elenco de apoio é francês (Melanie Laurent, Mevil Popaud, Niel Arestup, Richard Bohringer).

Há outra coisa que me surpreende. Não vi referencias nas criticas que li que o filme é muito parecido em temática e mesmo postura e na segunda parte da história no clássico japonês de Oshima, Furyo, Em Nome da Honra (Merry Xmas Mr. Lawrence, 83, com David Bowie). Todo o relacionamento com o oficial japonês é muito semelhante, embora neste caso ele tenha mais aparência homossexual!

Estranhei também que com uma história tão masculina quanto esta não tenha destaque no elenco, nem mesmo para o protagonista, o franzino britânico Jack O´Connell (não o conhecia, fez antes 300 - Ascenção de um Império, um tal de Assassinos de AluguelHarry Brown). Não atrapalha, mas também não registra, não brilha.

Conta-se aqui a história de Louis Zamperini desde criança. Moleque rebelde acaba se tornando corredor de sucesso a ponto de ir participar das Olimpíadas de Berlim sob as vistas de Hitler. Torna-se um campeão, o que não impede que seja convocado para lutar na Segunda Guerra Mundial. E começa a falta de sorte, participação de uma missão no Pacifico, quando o avião é atingido e cai, deixando apenas três sobreviventes tentando não morrer, lutando contra o sol, a água salgada, os tubarões.

Mas a desgraça não para por ai, miraculosamente ele consegue ser encontrado, só que pelos japoneses, que o levam para campo de concentração, onde se torna vitima da obsessão do chefe do campo. Não há alívio cômico, nem romântico, apenas a luta pela sobrevivência. Por isso que muita gente que é muita luta para tanto sofrimento. Ainda assim o filme foi indicado aos Oscars de mixagem, edição de som e fotografia (para o grande Roger Deakins, que nunca ganhou apesar de ter sido indicado 12 vezes! Foi emprestado para Angelina pelos irmãos Coen, que também fizeram o roteiro básico).