É curioso quando o maior interesse do filme arremessado nas salas no pior momento do ano, na semana que antecede o Natal, seja distante do público: o fato de que esta é uma comédia (me parece a primeira desde Viva Voz há dez anos) produzida pela 02 de Fernando Meirelles. Que utiliza um elenco grande onde dois apenas são conhecidos e ainda assim fazendo tipos opostos ao que lhe fizeram a fama: Luana Piovani quase sem maquiagem, com os olhos lacrimosos e cara de infeliz. E Marcos Palmeira, como o antipático anti-herói. E personagens que não são maiores do que os outros.
Inspirado numa peça teatral, O Banheiro, de Pedro Vicente, o filme conta a história de uma esposa Ana que dá uma festa de réveillon e convida os vizinhos ricos, Palmeira e Piovani. O marido dela é um musico mal sucedido, que vive a suas custas, mas deve ter sido culpa minha porque não entendi qual era a profissão dela! Enfim, vem a irmã gordinha, um casal de namorados (onde a moça só pensa em transar), dois maconheiros que terão alucinações, um traficante de drogas (Taumaturgo) que será dado como morto e escondido. E o maior problema é porque Luana tem um caso com o músico vizinho e ainda por cima esta grávida sem saber que o pai da criança. O foco serão os banheiros e são as drogas que fornecerão algumas piadas, mas também a censura até 16 anos (na sala que vi não houve controle algum).
Rodado quase integralmente em interiores, a melhor coisa do filme é uma piada genial sobre um marginal que acorda dentro de um desses banheiros químicos, mas esta preso porque já foram todos recolhidos ! Reza para tudo que é santo e tenta usar celular (é amigo do traficante que obviamente não atende). Mas sua aparição pontilha o filme e fica com a conclusão. O publico ri muito com a situação que é realmente ótima.