Chegou a ter na França bastante prestigio a diretora Diane Kurys, que teve sucesso com seus primeiros trabalhos autobiográficos que ou não passaram por aqui ou não tiveram repercussão. Foi assim com Diabolo Menthe (Peppermint Soda, 1977), Cocktail Molotov (1979), Coup de Foudre (Miou-Miou, 1983, com Isabelle Huppert), Un Homme Amoureux (Peter Coyote, 1987, com Jamie Lee Curtis), La Baule-les-Pins (1990, com Nathalie Baye, com Richard Berry).
Em 1992 chegou a ser exibido Depois do Amor (Après L’Amour, com Isabelle Huppert, Bernard Giraudeau), assim como em 1994 Seis Dias, Seis Noites (A La Folie, com Anne Parillaud, Beatrice Dalle) Mas não Les Enfants du Siècle (em 1999, com Juliette Binoche, Benoît Magimel), nem de 2003 Je reste! (com Sophie Marceau, Vincent Perez). Retornou em 2005 com O Aniversário - O Acerto de Contas (L’Anniversaire, com Lambert Wilson, Michèle Laroque), com o telefilme de Sagan (2008) que era a vida da escritora Françoise Sagan, com Sylvie Testud - que aqui faz um dos papéis centrais, o de Anne.
Por não ter tido acesso a tudo, nunca consegui mergulhar na obra da diretora, que me parece fria e distanciada,observando sua vida desde criança judia, descrevendo as dificuldades diversas de sua família judia (nos letreiros aparecem inclusive fotografias dos verdadeiros). Mas sempre distanciada, sem por dedo na ferida, como aqui em Por Uma Mulher, onde aborda a vida de seu pai, que conseguiu escapar de campo de concentração que voltou a ser alfaiate e militante comunista (Magimel) e se casou com a futura mãe dela,mas tudo como se fosse uma rotina. Sem emoção.
Tudo isso é relembrado por duas irmãs diante da norte da mãe revirando suas joias. E Testud como diretora pensa em escrever um roteiro sobre o tema. Assim ela imagina a mãe como a bela e loira Lena (Thierry) que é também disputada pelo irmão do alfaiate (Nicolas Duvauchelle), que nunca temos certeza de sua veracidade. Será que não é um agente inimigo?
Nada disso esquenta o filme que pode ser visto como uma crônica de época na região de Lyon, mas não acentua os aspectos judeus nem chega a ser uma especialmente bonita história de amor.