Crítica sobre o filme "Como na Canção dos Beatles Norwegian Wood":

Rubens Ewald Filho
Como na Canção dos Beatles Norwegian Wood Por Rubens Ewald Filho
| Data: 21/07/2014

É bom termos de volta o talentoso Tran Anh Hung que depois de ter estudado na França, foi pioneiro do cinema vietnamita estreando com uma obra prima ainda inesquecível  O Cheiro da Papaia Verde (93). Também foram exibidos aqui os filmes seguintes, todos interessantes, em particular Entre a Inocência e o Crime (Cyclo, 95, que mostrava o caos do país), As Luzes de um Verão (2000).  Não me lembrava de ter visto Fugindo do Inferno, 09, mas encontrei minha critica arrasadora: “Fugindo do Inferno (I Come with The Rain). Ex-policial é contratado por milionário da indústria farmacêutica para encontrar o filho que desapareceu misteriosamente nas Filipinas. Mas aparentemente se tornar um assassino sádico. O diretor famoso por seus belos visuais e originalidade, fez aqui seu primeiro trabalho em inglês, rodado em grande parte em Hong Kong com um ator americano. O resultado é um filme brutal, repulsivo e por vezes difícil de seguir. Começa já com o anti-herói, lutando contra o serial killer (que inclusive come cadáveres e lhe morde as costas, suponho que isso seja simbólico!). Dali em diante, embora mantenha uma fotografia interessante, vai ficando cada vez mais pesado (brasileiro não irá reconhecer isso mas os dois orientais são famosos e astros,  o coreano Byung e o japonês Kimura), assim como Shawn de HK (ele faz o amigo policial que o ajuda). Mas o resultado é incoerente e por fim cansativo. Parece que o diretor pirou e se perdeu.”

Passado esse equívoco, ele retorna agora com este filme que não parece ter nem sua cara, nem seu estilo. Um drama romântico: depois de ouvir a canção "Norwegian Wood," Toru (Matsuyama) lembra-se de sua vida nos anos 1960, quando seu amigo Kizuki se matou e isso fez com que se aproximasse de Naoko, a namoradinha dele. Os dois procuram cada um de seu jeito lidar com sua dor, mas Toru forma um laço com outra mulher, Midori.

Exibido no Festival de Veneza, teve prêmios no Oriente (Melhor foto no Asian Film Awards), trilha musical em Dubai, critica em Istambul). Rodado no Japão, é baseado em livro do prestigioso, Haruki Murakami, de 87, (que é seu livro mais popular e considerado autobiográfico embora o escritor negue isso).  Mas é preciso ser paciente. É longo demais, bonitinho demais, lacrimoso em excesso. Alguns críticos o acharam com “sensibilidade emo” e “languida sensualidade”. O que já acho que resume tudo. A bela Rinko é a mesma que fez Babel, Vigaristas e agora Circulo de Fogo.