Não conhecia o diretor Escalante, de origem mexicana mas nascido na Espanha, a não ser pela sua polêmica vitória como melhor diretor por este filme no Festival de Cannes. Muita gente achou exagero ainda mais se considerando que é um filme modesto, de poucas palavras, duro, frio, violento mas não em excesso. E que no fundo não conta nada de novo.
Heli é um rapaz que já tem um bebe com sua namorada e vive com a irmã mais novo, Estela que tem 12 anos mas está apaixonada e fazendo sexo com um jovem cadete. Só que ele desvia pacotes de drogas para que eles possam fugir e se casar. Por causa disso, todos serão vitimas da violência.
Este foi o filme indicado pelo México para concorrer ao Oscar® de produção estrangeira mas não emplacou. Acho que porque simplesmente não é excepcional e deve ter sido premiado apenas porque Spielberg nunca deve ter visto algo semelhante antes. Mas esse tipo de história é já tradicional no cinema latino e em qualquer Festival. Novamente é aquele estilo de perseguir atores com a câmera, ou então entrar numa camionete e caminhar pelo deserto, entremeado de diferentes formas de violência (morte de cachorro, tortura com crianças jogando videogame, enforcamentos, tortura etc.). Só que a realidade desta vez é ainda mais crua e cruel do que a ficção.