Crítica sobre o filme "S.O.S. Mulheres ao Mar":

Rubens Ewald Filho
S.O.S. Mulheres ao Mar Por Rubens Ewald Filho
| Data: 26/03/2014

O recente Meu Passado Me Condena (o filme) tinha uma situação bastante semelhante situando-se quase todo em um transatlântico internacional (com direito a um final na Europa, aqui neste caso com rápidas passagens por Roma, Veneza e Tunísia). Isso tira muito da novidade ou surpresa, ou mesmo curiosidade de uma comédia mais romântica do que pornô-chanchada, ou seja, teoricamente mais indicada para o público feminino que o masculino. A presença de Chris Amato na direção (ela é a assistente e pessoa de confiança de Daniel Filho) não consegue resolver vários problemas de roteiro ou andamento ou mesmo ritmo narrativo (custa a engrenar, se repete, se estende novamente ao final, tem um elenco de apoio muito discutível).

Giovanna Antonelli chegou a fazer cinema (Caixa Dois, Budapeste, um filme americano que ao que parece não passou aqui ainda chamado O Arrasa Corações) mas ainda é mais identificada como estrela dramática de telenovela, não especialmente à vontade com o humor. Ainda mais porque seu personagem é um samba de uma nota só. Não parece muito inteligente embarcar num navio em que o marido que acabou de deixá-la está viajando com sua namorada nova, ainda por cima uma estrela de televisão e que teria feito filme pornográfico (ou não, fica tudo meio vago ate porque o filme de vez em quando demonstra alguns preconceitos duvidosos!), se a heroína fica se repetindo aplicando golpes que não dão certo ou tomando bebedeiras, ainda por cima se aproxima de um estilista na certeza de que ele é gay (o filme tenta fazer humor com essa situação digamos superada pelos fatos históricos atuais). E não tem o menor cabimento dela viajar com sua irmã (apesar de Fabíula Nascimento ser fácil a melhor do elenco) e ainda por cima a empregada (que entra de clandestina). São duas que também não tem o chamado arco de evolução de personagem, dando a impressão que mulher só é tarada para pegar homem (a empregada feita por Thalita Carauta, tem a melhor piada quando coloca “esses” em todas as palavras!).

Teve uma coisa porém que me comoveu, que foi a presença de Theresa Amayo, veterana estrela de cinema e de televisão, que faz uma senhora viúva com muita delicadeza e sensibilidade.