Curioso lançarem dois filmes chilenos na mesma semana, principalmente porque os filmes de lá são raros de aportarem por estas bandas. E ambos são feministas e premiados (este melhor filme de vanguarda em Buenos Aires, atriz em Huelva, prêmio em San Sebastian), prêmio World Cinema em Sundance).
Muito fácil de resumir, também é mais ousado e impactante do que muitos. Parece ser baseado em um blog que tem justamente o nome do filme no original e quem narra a história e seus pensamentos (em geral sobre sexo e relacionamentos) é uma mulher mais velha e que pelo tom de voz parece ser de uma classe mais popular do que a que vemos aqui.
Assim, a heroína Daniela já começa o filme quando numa cama com um namorado e enquanto ele dorme ela prefere se, masturbar. Isso já resume sua insatisfação com os parceiros, masculinos, apressados e egoístas, o que a levará a partir para um relacionamento com uma mulher, mas o ponto mais importante é que ela pertence a uma família classe média alta que é evangélica e a entorpece com noções religiosas superficiais e desgastadas. Como os filmes recentes, não há embates ou conflitos abertos. Apenas a câmera seguindo personagens (meu deus como se anda no cinema atual, Antonioni não imaginava a escola que fez), as brincadeiras com blogs e algumas verdades jogadas na cara do espectador. Nem querendo escandalizar (mas as vezes quase conseguindo).