Crítica sobre o filme "Ender´s Game - Jogo do Exterminador":

Rubens Ewald Filho
Ender´s Game - Jogo do Exterminador Por Rubens Ewald Filho
| Data: 26/12/2013

Há muitos anos que se falava na adaptação para o cinema do livro de ficção científica de 1985 que foi escrito por Orson Scott Card (que escreveu um monte de vídeo-games) que é mórmon e que inclusive morou no Brasil alguns anos como missionário. O livro mais que Cult tinha porém um problema. Era caro (custou 110 milhões de dólares) e há alguns anos atrás falou muito mal dos gays, que em represália e sempre unidos resolveram boicotar o filme. Dito e feito. Já que americano é muito organizadinho. E o filme rendeu apenas 60 milhões, o que significa que não teremos uma continuação. 

Não acho que foi só por isso. Não fez dinheiro porque não é nenhuma maravilha, mas dizia uma amiga, não é de assistir correndo nem de jogar fora. Tem um elenco de qualidade embora eu achasse que eles estavam bastante constrangidos com aquelas roupas e apetrechos. Em particular Harrison Ford, que envelheceu muito mal, ficou com cara daquilo que exatamente é, um velho azedo, mal humorado e azedo. O herói é aquele garoto de olhos vivos que trabalhou com Scorsese em A Invenção de Hugo Cabret e o Menino do Pijama Listrado. E está cercado por duas meninas estrelinhas de sua idade, a chata de Haille Stenfield (de Bravura Indômita) e Abigail Breslin (Little Miss Sunshine).

A Terra do Futuro foi atacada e quase destruída por uma raça de ETS chamada os Formics, determinados a destruir a Humanidade. 70 anos depois os que restaram se uniram para enfrentar um novo ataque que promete ser apocalíptico., mas os responsáveis pela defesa do planeta chegam a conclusão que os melhores pilotos de defesa seriam os adolescentes, muito jovens. E dentre eles, já se sabe desde o começo, o que tem mais chance é um certo Ender Wiggin, um rapaz calado, mas brilhante, que parece ser o rei do vídeo game. Claro que tem bullying entre os colegas, e todos os clichês de filme de treinamento militar. Dizem mesmo que os fuzileiros navais americanos recomendaram o filme para seus oficiais, dizendo que ele traz lições em treinamento, metodologia e ética. 

Na verdade, tudo é razoável, as cenas de luta e efeitos especiais, a direção sem brilho (do sul africano Hood que levou Oscar por Infância Roubada)., mas o filme resultou banal, sem senso de humor, sem tensão, uma fantasia futurística que se leva a sério demais. Difícil de gostar, fácil de esquecer.