Crítica sobre o filme "Floresta de Jonathas, A":

Rubens Ewald Filho
Floresta de Jonathas, A Por Rubens Ewald Filho
| Data: 02/12/2013

Foi uma boa ideia da distribuidora disponibilizar na Internet para os jornalistas este filme que já parecia intrigante, não tanto por ter sido feito inteiramente no Amazonas por gente de lá (o único que eu reconheci que era de fora era o Chico Diaz, numa participação pequena), mas pela qualidade de sua fotografia digital que ajudou o longa a ter uma reação positiva no Festival de Rotterdam, Holanda, até porque qualquer estrangeiro morrerá de curiosidade em observar um ângulo novo e nada folclórico da região. O filme não revela que é inspirado num fato real e que existiu realmente um rapaz chamado Jonathas que se perdeu na floresta durante mais de 40 dias, onde tentou sobreviver sozinho. Apenas o pai insistiu em continuar procurando, mas a conclusão me pareceu um pouco confusa. Simplesmente porque o diretor tem nas mãos uma história interessante e curiosa, mas que é narrada como se tivesse sido feita por um alemão mal-humorado, que adora planos gerais e demoradíssimos. De vez em quando ela se move, mas também de forma lenta. Que se dane o espectador que pode se cansar ou não se interessar, que ele continua nada dele (e de vez em quando sem mais nem menos a câmera vai caminhando com se tivesse vida ou ponto de vista de alguém, para buscar o jovem protagonista que toca /aprende violão). 

É basicamente a história de dois irmãos, que trabalham ajudando o pai e a família a catar frutas da florestá que depois vendem numa barraca a beira da estrada. Um deles mais rebelde e mais velho, outro mais novo mais obediente. O mais velho briga com o pai e é expulso de casa, passando a fazer excursões com turistas, como é o caso de uma garota que veio da Rússia, e que se interessa por Jonathas. Tudo poderia ter virado uma aventura erótica na selva (não há nudez) cheia de banhos no rio, mas toma outro rumo quando o rapaz entra na floresta em busca de uma fruta que pretende presentear a garota e acaba se perdendo. Temos imagens interessantes e fora do comum dali em diante, mas novamente não era preciso ser tão cerebral na direção, já que o final é coisa para satisfazer critico que gosta de filme chato. Uma pena porque o filme revela sinais de talento e originalidade.