Crítica sobre o filme "Bons de Bico":

Rubens Ewald Filho
Bons de Bico Por Rubens Ewald Filho
| Data: 08/11/2013

Não houve pré-estreias para a Imprensa deste filme de animação que merecia melhor sorte. Não é nenhuma maravilha, até porque o diretor autor Jimmy Hayward, se perdeu no script fazendo escolhas erradas que tornam o resultado discutível. Ainda mais sendo para criança. Talvez tenha sido uma questão de expectativa, quando soube que o filme era sobre perus fugitivos que tentavam escapar do inevitável destino de serem comidos, fiquei imaginando algo na linha de A Fuga das Galinhas que é um filme que lembro ainda com saudade e de vez em quando gosto de rever (é verdade que ele era baseado num filme solido e famoso que era Fugindo do Inferno, só que com galinhas). Aqui o roteiro até que começa promissor mostrando Reggie, um peru inteligente que sofre com a burrice de sua tribo que vai pateticamente para seu destino sem discutir ou sequer perceber. Só ele tem a sorte de escapar e vai parar nos braços da filha do presidente norte-americano! A menina consegue ficar com ele, que levará uma vida boa, descobrindo o prazer da televisão e da boa pizza!, mas fora Reggie ainda tem um outro peru metido a herói, Jake, que acaba envolvendo os dois num plano mirabolante para salvar sua espécie e os dois acabam viajando numa máquina do tempo na esperança de mudas as coisas, desde quando os colonos do Mayflower descobriram os perus, ave nativa da America e que será usada no primeiro banquete entre índios e brancos fazendo nascer assim a tradição do Ação de Graças. 

Grande parte da história se passará, portanto, na época colonial, onde surgirá até um interesse romântico para Reggie, mas entre idas e vindas, tem muita fuga, mas nunca um vilão digno do nome. A trama é fraca, falta mais humor e se não chega a ser exatamente ruim também está longe de ser algo de especial ou notável. Sou mesmo tangido a comparar o resultado ao gosto da carne de peru, falta o molho, que a poderia tornar menos seca e sem graça. Só uma palavrinha sobre o diretor, de quem havia gostado do primeiro filme, o Horton e o Mundo dos Quem! Que era original e criativo. Depois ele fez um western meio terror chamado Jonas Hex que é de morrer de ruim. Dentro da tradição de esconder os filmes ruins da imprensa, quem sabe a distribuidora até acertou. Nos EUA, o filme custou 55 milhões de dólares e rendeu até agora por volta de 44. Ah, não custa lembrar que em inglês “turkey/peru”é o adjetivo dado para um filme ruim que seria para nós o antigo ”abacaxi” ou “bomba” ou “droga”.