Não sou nada admirador do mito Juan Perón, um atraso na vida dos argentinos e muito menos da lenda Evita. Fica difícil ver mais uma biografia (sempre autorizadas e chanceladas pelos diversos partidos peronistas que ainda mandam no país vizinho) e perceber que a revelação de fatos notórios são controlados e escondidos. Substituídos por uma história com cara de telenovela, inclusive com a presença de uma atriz do gênero fazendo o papel de Evita. Bonitinha, mas sem a chama e carisma que ficamos esperando de tão notória figura.
Este filme escrito e realizado por uma mulher (o filme seguinte dela é um documentário sobre ninguém menos do Nestor Kirchner, o que já dá uma ideia de quem é essa figura) começa até com certa fluência (até quando percebemos que não é bem obra da diretora, mas da edição final, que funciona até quando tem o terremoto de 1944, na cidade argentina de San Juan, que serve para aproximar o Coronel Peron (feito por Osmar Nunez, ainda mais envelhecido e inexpressivo do que outros que o precederam) da ambicioso radio atriz de 23 anos, Eva Duarte. Começa o amor e logo depois vem o ódio, quando Eva se casa com Juan e se torna disposta a tudo para lhe garantir o poder. O filme termina porém quando ele tem a primeira vitória populista e na verdade não registra a época mais louca e triunfalista do ditador e sua pretensiosa mulher.
Tem uma ou outra que poderia ser curiosa (como a garota que ele fazia passar por filha, que Evita afasta), mas em geral, mas um filme chapa branca, ainda mais discutível que o de Lula.