Está se criando um novo gênero de filme endereçado ao público “senior”, em particular as mulheres que apreciam consumir romances sobre gente da sua idade que ainda redescobrem o amor e ao contrário da maioria delas, ainda vivem alguns momentos, ainda que fugazes de paixão, mas raramente o cinema francês, sempre tão sensível e perspicaz ofereceu um filme tão bobinho, tão sem graça, absolutamente superficial. Não há um momento de verdade, de discussão de problemas (que mal são colocados), limitando-se tudo ao possível prazer de ver Fanny Ardant, já sessentona (nasceu em 49), mas ainda uma mulher atraente e interessante. Não entendi porque está com os cabelos aloirados, o que não lhe cai especialmente bem depois de uma carreira inteira morena, mas é um grande elogio as mulheres atuais o fato de que é perfeitamente aceitável e convincente ver ela ter um romance com um homem mais de 20 anos mais novo e acreditar. até que seja ele que passa a cantada! Um elogio também ao rapaz Laurent (que se assina como membro da lendária Comédie Française) que depois de uma longa carreira de mais de 40 filmes, onde eu nunca o notei. Agora tem uma presença simpática e natural.
A história é baseada num livro chamada a Jovem Mulher com os cabelos brancos de uma certa Fanny Chesnel, adaptado com a diretora Vernoux (que escreveu o sucesso Instituto de Beleza Venus e dirigiu antes Um dia de Rainha, 01, à Boire, 04 com La Béart). É sobre uma dentista que está se aposentando e continua casada há muitos anos com um homem da mesma profissão. Ela ingressa num grupo de aposentados que procuram se ocupar nos horários vagos e ela mesma se interessa por informática e fica toda faceira quando é seduzida pelo jovem professor. Os dois tem um romance, o marido desconfia, mas nada de importante chega a rolar, nem mesmo um confronto. O filme é tão covarde que se exemplifica claramente pela cena final, quanto todo o grupo de casais de muita idade, iria à praia para nadar sem roupa, se expondo em todos os sentidos. Só que no final das contas praticamente todos estão de maiô, inclusive Fanny e Chesnais, que não mostram suas “vergonhas”. É bem a cara do filme que não expõe nada, limita-se a passear pelas areias de costa de Pas de Calais.