Crítica sobre o filme "Jogos Vorazes - Em Chamas":

Rubens Ewald Filho
Jogos Vorazes - Em Chamas Por Rubens Ewald Filho
| Data: 15/10/2013

Estreando no Brasil, uma semana antes dos Estados Unidos, só foi mostrado para a imprensa na manhã de quinta-feira, ou véspera do lançamento em mais de mil cinemas em todo o país. Então forçosamente o que eu escrever será uma primeira impressão. O filme, segundo parte de uma trilogia (que começou com Jogos Vorazes, do ano passado e prosseguirá com mais outro livro, chamado de A Esperança, será dividido em dois capítulos, um para ano que vem, outro para o próximo, seguindo a moda criada por Crepúsculo. Por outro lado, de todos os imitadores que surgiram depois do romance vampiresco, este foi o único que até agora deu certo conquistando fãs fiéis (confesso que não li o livro, mas todo mundo afirma que é ainda bem mais violento do que a versão do cinema). Em parte pelo acerto da estrela narradora da história que é a bela e talentosa Jennifer Lawrence, não por acaso vencedora do último Oscar (não por Jogos, mas por O Lado Bom da Vida), mas também por ser uma reciclagem de um velho tema da Caçada Humana (ou Mortal), agora transportado para uma distopia (a utopia que não deu certo). 

O primeiro filme era melhor dirigido por que foi feito por Gary Ross, que é bem mais competente do que seu sucessor Francis Lawrence (que não é parente de Jennifer) que realizou Constantine, Eu sou a Lenda, o fraco Água para Elefantes e já está acertado para os dois filmes seguintes. Seu erro maior aqui é ter realizado um filme longo demais, podia ter sido editado com mais ritmo e perder uns 15 minutos que só ganharia com isso. Apesar de ter custado muito mais, resultado do seu êxito, seu orçamento foi de 140 milhões! O do anterior era de 78 e rendeu mais de 400 só na America. Ainda assim é diferente do predecessor que era basicamente uma história onde o amor triunfava E saia-se com esperança, mas sendo este o capitulo do meio, é bem mais pesado e termina de maneira mais aberta e não resolvida (também não se desenvolve muito bem o romance do casal, na verdade o triangulo. No começo do filme, Katniss quer a todo custo voltar com Gale, que bobamente não topa fugir, para de repente mudar de ideia, sem que o coitado do Peeta tenha no filme todo, uma grande cena, ou momento, ele mal se explica, fica de coadjuvante o tempo todo, com cara de coió, sofrendo por amor. Fazendo escada para as estripulias da heroína que agora se dá ao luxo de ter várias crises de choro, grito, ataques etc e tal. Coisas de quem ganhou o Oscar. 

Quando na verdade o que incomoda mais é que Peeta seja tão baixinho (mesmo usando salto) perto daquela mulherona vistosa (ainda que mal-humorada!). O que mais reclamo é que as cenas de ação, a perseguição e fuga mortal, acontecem apenas na parte final, ainda que com bastante eficiência. Na primeira parte ficam ameaçando e atacando os Distritos quando ainda insistem em prosseguir com os jogos como distração, quando pelo jeito de tudo a revolta está patente em todo mundo (depois da reação no show de teve, não haveria outra solução!). Ou seja, provocando medo (parece aquelas cenas rurais de perseguição a prisioneiros na Segunda Guerra) e realizando os novos jogos com os vencedores dos anos anteriores (destaque para a sempre interessante Jena Malone, que faz a rebelde Johanna, uma atriz que já deveria ter dado certo antes! Cercada pela esquisita Amanda Plummer (filha de Christopher), Jeffrey Wright, o inglês Sam Claflin (Piratas do Caribe, Branca de Neve e o Caçador, que faz Finnick).

Será que vai fazer sucesso igual ao primeiro? É possível já que foi muito bem de ingressos antecipados. Prende a atenção, envolve e até onde eu sei pareceu fiel ao livro.