Crítica sobre o filme "Amor Bandido":

Rubens Ewald Filho
Amor Bandido Por Rubens Ewald Filho
| Data: 01/11/2013

O diretor descreve o filme como uma história de Mark Twain dirigida por Sam Peckinpah! Um velho projeto do diretor Jeff Nichols (do interessante O Abrigo), rodado na Estado de Arkansas e que traz como protagonista Matthew McConaughey que deixou de ser o galã de comédias românticas para demonstrar um inesperado domínio de cena, até mesmo competência em personagens misteriosos, de passado criminoso e figura ameaçadora. Deixando de ser um mero bonitão e virando ator de verdade. Tem chances de ser indicado ao Oscar este na premiação de 2014, com a história não é exatamente original, lembra uma série de outras aventuras envolvendo garotos, rios, criminosos em fuga, pais e mães que estão se separando e polícia na caçada (para não falar em caçador de recompensas). Talvez pudesse ser contada com maior ritmo e intensidade, mas o elenco é bom e com surpresas (Reese fazendo um papel relativamente pequeno como uma garota vulgar do fugitivo, possivelmente de mau caráter, Sam Shepard seu velho pai (será?). Mud (Lama) é o nome de um sujeito que está escondido numa ilha aonde dois garotos, quase adolescentes vão procurar um barco que eles sabem que está lá em cima das arvores, mas tem a surpresa de encontrar esse fugitivo Mud, que passa a usá-los para conseguir comida, e mais tarde ajudá-lo a fugir ( o seu crime custa a ser revelado e o suspense seria causado pelo fato de que Mud pode ser um perigoso criminoso e assassino e os garotos podem estar em perigo). O ator favorito de Nichols faz um tio que cria um dos rapazes, mas não tem um papel tão marcante quanto em O Abrigo. 

Há também um romance teen talvez para criar maior interesse no público mais jovem (ele rendeu 21 milhões de dólares nos EUA, nada mal para um filme independente, nada do estrangeiro). Assim como o título nacional não exatamente correto.

Embora me interessasse a trama ver o rapaz acusar Mud de usá-los me pareceu pueril e fácil e prenunciando uma conclusão clichê. Quando num filme se discute a ação de cobras pode apostar que em algum momento alguém será atacado por elas! Ou seja, não cumpre a promessa do filme anterior, mas tem qualidades.