O primeiro filme foi Kick-Ass Arrebentando Tudo (2010) dirigido por Matthew Vaughan (que assina como co-produtor desta continuação, assim como sua mulher a ex modelo Claudia Schiffer e Brad Pitt). Teve um orçamento de 30 milhões e não foi grande sucesso (96 milhões de renda global). Assim mesmo foi considerado cult (eu mesmo animadinho cheguei a importar o Blue Ray) e insistiram em realizar em continuação, trazendo –mesmo que sem destaque a presença do astro Jim Carrey no elenco (ainda que, mascarado). Um tiro que saiu pela culatra, antes da estreia ele acusou o filme de ser desnecessariamente violento demais criticando o uso de armas de fogo. Ele só está em cena por menos de 9 minutos, inventou grande parte dos diálogos dele (as frases :Tente se divertir, se não? Qual a razão de ser? E outra, sim, há cachorro em suas bolas. Ele era fã da história original e comprou ele mesmo o material que usa no filme.
E o resultado: este teve orçamento mais baixo (28 milhões de dólares) assim como renda (mundial até agora 60 milhões).Na verdade, eu já na crítica do primeiro filme eu reclamava tendo escrito o seguinte: “É muito estranho terem feito um filme para adolescente que é fã de quadrinhos se identificar com o protagonista. Só que realizaram um longa tão violento, tão forte, que acabou tendo a censura R (ou seja, proibindo a entrada de menores a não ser acompanhados dos pais, e desde quando teen vai ao cinema com a família! Nunca). Ou seja, não permitiu que eles vissem o filme que rendeu menos do que se podia esperar Realmente exageraram na dose (afastando também o público feminino) por causa de seu excesso de palavrões, cenas muito violentas e um assunto que assusta (a grande heroína é uma menina de 11 anos treinada pelo pai para ser lutadora e assassina, tudo para vingar a morte da mãe. Uma situação que a princípio choca um pouco a gente, mas a menina é ótima e convincente o que ajuda a dar um toque de Tarantino ao filme ( a menina Chloe fez depois o filme de vampiro Let me In /Deixa Ela Entrar), mas é interessante a história de um garoto que deseja ser um super-herói com superpoderes, como O Homem Aranha (já houve outras histórias semelhantes). Obviamente ele é um rapaz meio nerd, Dave, que é interpretado por um inglês Aaron Taylor Johnson que inventa um herói chamado Kick-Ass (Chuta Traseiro literalmente). O filme já começava sinistro quando um cara que também deseja ser super-herói pula do alto de arranha céu e morre. Essa é a proposta, ou você topa ou fica fora do filme. Para se ter uma ideia o título da crítica do New York Times foi “É um pássaro, é um avião, não é um banho de sangue!!
E se espanta com a atitude do filme que ao mesmo abraça e satiriza os clichês contemporâneos dos filmes de ação. O que salvava bastante era o senso de humor, a habilidade nas cenas de ação, ausentes nesta continuação.
Kick-Ass 2
Outra continuação que é pior (muito) do que o original. Quem dirige a nova versão é Jeff Wadlow, que não me parece credenciado para tanto, ele fez o filme de luta Quebrando Regras, e o terror Cry- Wolf, o Jogo da Mentira, mas o resultado não tem o mesmo humor, nem ritmo, principalmente o vigor e a vibração do primeiro. Além de ser sádico, agora todos parecem cansados, envelhecidos (no caso especial de Aaron ficou velho demais para o papel). E os personagens e tramas parecem correr paralelas sem nunca se encontrarem. Não gosto da cena de abertura que mostra uma garota atirando num cara que não quer entrar na brincadeira e ela repete o jogo (ele tem proteção, mas ainda assim é algo perigoso e desleal). Deixa um gosto amargo no espectador. Nicolas Cage que fazia o pai da menina é mostrado apenas numa foto na parede e agora ela tem um guardião negro e bonzinho (Chestnut). Enquanto isso o chato do Christopher perdeu o pai e inferniza a mãe, insistindo em ser um super vilão (não gosto nada do ator) e mais uma vez, acidentalmente ele mata essa mãe ao dar chutes na máquina quando ela está se bronzeando artificialmente (o gosto piora na boca). O mau gosto de tudo logo é aumentado pelo grande número de “profanidades” como dizem os americanos, ou seja, palavrões. Não mudam muito, mas dão ao filme o tom de grosseira que ele estava procurando. E ainda misógino, estúpido, sem rima, ou razão.
Jim Carrey aparece aos vinte e três minutos, quase irreconhecível. Não em um de seus melhores momentos (reflete por sinal a crise em sua carreira, ficou velho demais para fazer palhaçada, não acertou fazendo drama, ao menos com o público). Faz o Coronel Star and Stripes, super americanófilo!, mas foi quando eu desisti de ver o filme pela segunda vez, não tinha me conformado em não ter gostado de primeira. Este tenho agora certeza que não vai para a minha coleção de Blu Rays.