Indicado ao Oscar de filme estrangeiro, por Evil - Raízes do Mal, 2003, o diretor sueco Mikael Hafstrom fez vários outros filmes: o sueco a Maldição do Lago, 04, Fora de Rumo/Derailed, 05 com Jennifer Aniston, 1408, com Samuel L. Jackson e John Cusack, 07, Conspiração Xangai, 010 com Gong Li e novamente Cusack e ainda O Ritual (The Rite, 11) com Anthony Hopkins e Alice Braga. Agora lhe coube a missão de comandar este filme de prisão e ação, que reúne novamente dois veteranos ídolos dos anos 80, Sylvester Stallone (67 anos completados em julho) e o ex-governador agora desempregado Arnold (66 anos também em julho). Bom lembrar que ambos vem de dois imensos desastres de bilheteria, Arnold com O Último Desafio (The Last Stand,13) renda nos EUA: 12 milhões e mais 25 no exterior e Sylvester do Alvo Duplo (Bullet to the Head, 12) renda: 9 milhões e 400 mil (não tem registro do mundo todo). Bom lembrar também que os dois estiveram juntos recentemente em The Expendables 2/ Os Mercenários 2 que foi mal nos EUA (85 milhões), mas compensou no resto do mundo (215), mas aonde Arnold fazia apenas uma participação. O filme tem dizem 70 milhões de orçamento e os dois trabalham bem, juntos, embora Arnold insista em fazer caretas e fique horrível em momentos dramáticos (aliás, pela primeira vez eu o vi falar alemão num filme). Em 1989, Stallone fez um filme de prisão que tem alguma vaga semelhança com este, Condenação brutal/ Lock Up, de John Flynn.
A explicação para o êxito de Expendables é que este era um filme evento ao reunir quase todos os maiores astros da ação, hoje veteranos e quase aposentados (a dupla estará de novo junta no Mercenarios 3, que sai em agosto do ano que vem e que trará como reforço Mel Gibson, Harrison Ford, Wesley Snipes, Antonio Banderas, e até Milla Jovovich.
Outra curiosidade é verificar que o público da dupla hoje já não vai mais quase ao cinema, assiste em casa, seja teve por assinatura, seja DVD, seja VOD (Now), seja pirata.
Fui prova disso agora no Rio quando entrevista Rodrigo Santoro, que esteve com Arnold em O Último Desafio e foi parado duas vezes por dois senhores (separados) que queria cumprimentá-lo por sua presença no filme!
Ou seja, ele ainda tem fãs e ainda mais no Brasil onde poucos sabem ou deram bola para seus escândalos em família ou sua má administração como governador.
Entrando finalmente no assunto, este Rota de Fuga é corretamente realizado e mais em cima de Stallone (que também se conservou melhor fisicamente) já que Arnold só vai entrar em cena depois de meia hora. É uma pena ir revelando as reviravoltas da trama ao menos a primeira que sucede logo no começo. Como disse é um filme de prisão e todos eles se parecem muito. No caso, Stallone está preso numa de alta segurança sofrendo os abusos de sempre até quando miraculosamente consegue escapar. Logo vem a explicação, ele é Ray Breslin na verdade é um mestre em fugir e sua profissão é testar prisões, descobrir seus pontos fracos para que sejam corrigidos. Tanto que ganha bem por isso, escreveu livros a respeito e tem uma pequena equipe a seu lado, uma semi-namorada (Amy Ryan), um parceiro de confiança (50 Cent) e ainda um empresário/advogado (Vincent D´Onofrio). Agora tem uma nova oferta: testar outra prisão, no caso de particulares ou algo misterioso nessas condições. (Eu ingenuamente achei que seria uma denúncia do governo americano que esconde prisioneiros/terroristas em lugares como Guantânamo, fora da lei, mas já aviso que o filme não é sobre isso). Breslin é alertado que pode ser perigoso porque não há garantias de nada, mas a ganância pelo dinheiro e o desafio é grande demais. Então vai ser preso (disfarçado) e já sabemos o que esperar. Se torna realmente encarcerado dessa prisão situada num lugar muito estranho e original. E a fuga seria ao que parece impossível..., mas para o Rocky, desculpe Stallone, nada é impossível, até porque esse tipo de filme nunca procura ser muito verossímil. Se for pensar melhor há uma série de coisinhas que não fazem sentido. Só assim de passagem 1) para pegar o segredo na senha da porta qualquer notaria a diferença e a presença de um plástico para captar digitais. 2) na prisão de tanta segurança como ele e Arnold conseguem falar em público e as vezes até na sala, sem serem gravados? O que seria básico! 3) ao contrário do que diz o filme, é muito obvio saber a identidade do bandido, mas na verdade isso não faz qualquer diferença.
Stallone apanha muito e sofre nas mãos do diretor da prisão, sempre um papel de total vilanice que caiu nas mãos de Jim Caviezel, aquele que foi Cristo nas mãos de Mel Gibson (ficou maduro, se esforça, mas nunca vai ser um grande ator, outro mais carismático no lugar roubaria o filme). Aliás, há desperdício de mais gente, o australiano Sam Neill como o médico da prisão (seu comportamento é absurdo e ingênuo, o pior é que tem participação fundamental, sem ele nada daria certo), o jogador de futebol britânico Vinnie Jones com um guarda e uma bela irlandesa e nome impossível Caitriona!
Enfim, quer for ver sabe o que esperar. No gênero não é ruim, mas posso muito bem-estar de boa vontade com a dupla. Tenho um fraco por sobreviventes.