Crítica sobre o filme "Primavera com Minha Mãe, Uma":

Rubens Ewald Filho
Primavera com Minha Mãe, Uma Por Rubens Ewald Filho
| Data: 17/09/2013

Indicado aos Césars de melhor ator (Lindon), atriz (Hélene, uma veterana cujos filmes pouco passaram por aqui), diretor e roteiro, este trabalho é um companheiro de estante de Amor, com uma história semelhante, uma narrativamente igualmente seca e sem sentimentalismos. E que também resulta num filme discreto, sensível e humano. Que faz chorar ao final com dignidade. 

Vincent Lindon parece ser o ator preferido de vários diretores franceses e com este Stephane Brizé ele fez antes o interesse Mademoissell Chambon. Sem chegar a ser gélido, narra com bastante distanciamento a história de Alain Evrard que sai da prisão aos 48 anos. Passou 18 meses na cadeia e agora vai ficar com sua velha mãe, com quem não se dá muito bem. A Coabitação é difícil e só irá melhorar quando Alain descobre que a mãe tem um tumor maligno no cérebro e pretende ir a Suíça fazer um tratamento preparando o suicídio assistido.

Diferente de Amor, agora a classe social é a trabalhadora e o tom ainda mais distanciado, mas isso é uma qualidade já que as câmeras raramente se dão ao trabalho de revelarem essa gente média, chofer de caminhão, aposentados, que na verdade são o verdadeiro povo (no caso na Bourgogne). Que pena que não possamos avaliar melhor o trabalho de Hélène Vincent, que em geral faz comédia para aplaudir sua transformação. Emannuelle Seigner, mulher de Polanski há anos faz participação como o interesse romântico de Lindon.