Crítica sobre o filme "Foxfire - Confissões de Uma Gangue de Garotas":

Rubens Ewald Filho
Foxfire - Confissões de Uma Gangue de Garotas Por Rubens Ewald Filho
| Data: 20/09/2013

É bom saber que se trata de uma adaptação de um romance de famosa escritora americana Joyce Carol Oates (mais de 50 livros e 17 créditos para cinema) de um livro Firefox que foi adaptado antes como Rebeldes (Firefox, 96), num dos primeiros trabalhos de Angelina Jolie (adolescente e linda). Revi o filme recentemente, mas cometeram o erro de situar a história no presente, no que acabou virando uma banal adaptação de gang juvenil feminina, até porque os problemas que as mulheres sofrem são bem diferentes daqueles que tinham que suportar no interior dos EUA em meados dos anos cinquenta. 

Curiosamente o filme é co-produção entre França e Canadá, realizado pelo famoso diretor Laurent Cantet, que já ganhou uma Palma de Ouro em Cannes pelo semi-documentário Entre os Muros da Escola (08), sendo que este é o primeiro longa desde então. Ainda acho que mesmo com méritos o filme resultou longo e termina meio no ar, anti-dramaticamente. Foxfire (o título se refere a um tipo de chama no caso a que elas acendem e juram para uni-las numa espécie de irmandade secreta). Katie Coseni que faz Maddy ganhou o prêmio de melhor atriz no Festival de San Sebastian, Espanha. Nem é preciso dizer que é filme de menina, e o público, masculino terá dificuldade de consumi-lo.

Sempre rodando tudo com câmera na mão, sem dar especial atenção a fotografia e mesmo a ambientação, Cantet mostra como um grupo de garotas colegas de escola, que vivem a partir de 1955 numa cidadezinha do Estado de Nova York nasceu essa irmandade chamada Foxfire. As moças não tinham muito em comum entre si quando se unem para serem mais livres, enfrentarem os professores carrascos, os homens mais velhos que as tentavam estuprar (ou se aproveitar), uma espécie de clube que tinha a proposta verdadeira de tentar ajudar as mulheres injustiçadas. Se não conseguiram refletir cem por cento, os sentimentos de todas elas (cerca de oito, variando conforme a situação) em particular numa época em que todas eram vítimas de abusos. A escolha do elenco parece correta assim como são adequadas as interpretações. Mesmo eles não tiveram uma Angelina Jolie para fazer uma Legs mais forte e intimidadora. O que contribui para deixar o filme num meio termo, sem a emoção ou impacto que a história merecia.