Crítica sobre o filme "Camille Claudel 1915":

Rubens Ewald Filho
Camille Claudel 1915 Por Rubens Ewald Filho
| Data: 17/09/2013

Já algum tempo em cartaz nos cinemas, este filme é uma espécie de continuação realizada no estilo cru, áspero e desagradável do diretor Dumont, da biografia de 1988, Camille Claudel, gerada por Isabelle Adjani com Gerard Depardieu, relatando o que foi o romance de 15 anos entre a escultora e seu mentor famoso, o também escultor Auguste Rodin. Aqui o papel é assumido por Juliette Binoche, que parece estar apressada em fazer um filme atrás do outro, nem sempre sendo feliz na escolha dos papéis. Aqui ela preferiu se expor sem maquiagem, envelhecendo-se e sem grandes falas (mas já que está internada como louca num asilo a ocasionais gritos e crises de choro) .Ainda assim o filme muito austero se restringe ao ano citado no título e não aprofunda a tragédia da artista que é colocada no hospício pela família que a deixa presa durante anos (ela irá morrer já com noventa e tantos anos) certamente por causa do irmão o famoso escritor fanaticamente católico Paul Claudel (o personagem vem visitar uma única vez a irmã e não é mostrado com nenhuma simpatia). Ou seja, é apenas um retrato difícil de assistir de uma excelente atriz num retrato cru e despojado da tragédia de uma artista condenada a solidão e depressão.