Crítica sobre o filme "Rush - No Limite da Emoção":

Rubens Ewald Filho
Rush - No Limite da Emoção Por Rubens Ewald Filho
| Data: 13/09/2013

Não se espera grande sucesso nos Estados Unidos deste novo filme do muito norte-americano diretor Ron Howard, já que a Formula I é mais cultuada no Brasil e na Europa (e no resto do mundo) do que na América, mas ele sabia do risco que estava correndo e confiou em seu taco (o filme tem 16 produtores) e principalmente no roteiro do inglês Peter Morgan, certamente um dos melhores do mundo atual (tendo feito A Rainha, 360 de Meirelles, e de quem ele mesmo tinha adaptado com sucesso Frost/Nixon). 

Curiosamente Morgan escreveu o roteiro por conta própria, não havia pedidos nem interessados. Estruturando tudo como se fosse uma corrida entre os dois rivais, um contra o outro. Mais tarde ajudou que a mulher de Morgan fosse austríaca, assim como Nikki Lauda, o que fomentou uma amizade entre o casal. O orçamento estimado é de 38 milhões (o filme estreia aqui uma semana antes do EUA).

Mesmo eu que não sou especial fã de corridas, conhecia o tema do filme e o assisti com emoção e interesse. Afinal é uma lenda. Em 1976, houve uma rivalidade muito forte entre dois corredores, o inglês James Hunt (vivido aqui pelo alto, forte e exuberante Thor, digo Chris Hemsworth, que não é grande ator, mas tem o tipo). E um austríaco, rico, antipático, impecável, que era Nikki Lauda (foi no ano em que Emerson Fittipaldi optou pela Coopersucar).O relacionamento dos dois é típico do gênero, a princípio se odeiam, se temem, brigam, discutem até finalmente se tornarem amigos.

Todo o circo da Formula I me pareceu bem retratado (embora eu ainda seja fã até hoje do clássico do gênero que é Grand-Prix, que aliás, resiste muito bem em Blu-Ray). Cercado de luxo, champanhe, lugares sofisticados e belas mulheres (no caso, duas realmente fora do comum, a linda Olivia Wilde e a romena Alessandra Maria Lara, de Control, Baader Meinhoff, que mais exótica e brilha aqui). 

Para mim a melhor coisa do filme é a interpretação do alemão de origem espanhola, Daniel Bruhl de quem sou admirador desde Adeus, Lenin e Edukatores. Mais tarde também em Bastardos Inglórios, o novíssimo O Quinto Poder. É um personagem difícil porque tem que ser arrogante, autoconfiante, pretensioso, frio, e grande parte da ação tem seu rosto coberto pelas marcas do acidente que quase o matou (Ron diz que não usou cenas reais dele, mas rodou sim no mesmo lugar onde sucedeu). Rush tem tudo para estourar no Brasil.