Crítica sobre o filme "Gente Grande 2":

Rubens Ewald Filho
Gente Grande 2 Por Rubens Ewald Filho
| Data: 16/08/2013

É difícil imaginar uma comédia pior, mais sem graça, mais patética do que está continuação do Gente Grande de 2010 (a primeira da carreira do produtor e astro Adam Sandler, que ultimamente tem feito desastres a ponto de que mesmo sendo popular no Brasil, não lançaram nos cinemas o filme anterior That´s my Boy /Este é o meu Garoto. Em compensação, tem levado montes de prêmios Framboesa de pior do ano). O primeiro não era muito ruim, tinha um elenco simpático e numeroso (ainda assim dando a impressão de que eles se divertiam mais do que os espectadores) que está todo de volta até com alguns reforços (como o Taylor Lautner, não creditado e incrivelmente mal maquiado e fotografado fazendo um estudante briguento!). 

E incrível, mas o filme simplesmente não tem história, passa-se num único dia, a véspera do fim das aulas, começo do verão quando todos os amigos já de meia idade se mudaram para uma cidade do interior, aparentemente para terem uma vida mais saudável e tranquila, mas isso nem chega a ser discutido. O filme já começa com uma sequência de gosto discutível, mas será apenas a primeira de várias que brincam com funções corpóreas como vomito, fezes e urina. No caso, Adam acorda e ao seu lado no quarto está um alce ou coisa que o valha, que assustado irá urinar em seu rosto! Que cena clássica! Que horror!

Enfim, dali em diante só piora. Sempre digo que o mau gosto pode ser compensado simplesmente pelo inusitado da cena de forma o riso afaste o constrangimento, mas não é o caso, nenhum dos atores tem o que fazer, alguns viram figuração, como Kevin James ou David Spade (sua ação maior é saber que tem um filho desconhecido enorme e cafajeste). É um dos roteiros mais mal escritos do cinema, tentando se livrar com situações duvidosas (tinha possibilidades a situação da caixeira da loja de Salma Hayek, mulher de Adam, ser apaixonada por ele desde criancinha!) E muito pior, o chofer do ônibus escolar que fica dopado de drogas, faz besteiras e se revela gay (é outra das cenas mais ofensivas do filme).

O primeiro filme rendeu 162 milhões de dólares nos EUA e 109 no exterior, este aqui já chegou aos 109 na América e por enquanto 21 no exterior. Ou seja, o público entrou que nem cordeiro para ver o que pensava ser divertido. Não caia nessa.