Durante o lançamento inicial de um filme, nunca se fica sabendo a verdade sobre os bastidores de uma filmagem, seu verdadeiro orçamento ou intenção. Só agora nas entrevistas, Hugh Jackman admitiu que houvesse problemas no filme anterior do Wolverine (dizendo que havia dificuldades com o roteiro) talvez para apaziguar os fãs do personagem que não ficaram nada satisfeitos com a aventura anterior. Como não o herói conhecia dos quadrinhos, até que o achei bem razoável e certamente muito superior a este, que podia muito bem se chamar em outros tempos, “Wolverine vai ao Japão!”. Já que não passa de um amontoado de clichês (exagerados) copiados de uma dezena de aventuras orientais que incluem um exército (incompetente) de ninjas, as inevitáveis cenas no bairro popular cheio de luminosos e a famosa passagem de pedestres que está em tudo que filme rodado por lá. Isso para não comentar muito sobre a viagem de trem bala (onde Wolverine luta com um yakuza no teto do trem num momento que é puro vídeo-game, nem tentam disfarçar!) que poderia ter algum impacto caso o Tom Cruise não tivesse feito algo parecido num Missão Impossível. E uma longa sequência extremamente chata que faz o filme derrapar, em que o casal vai se esconder justamente na casa de família em Nagasaki (onde obviamente todos tem o endereço e fica fácil de achar!). Os erros são tanto que passam pela falta de continuidade (Wolve sai da casa descalço como em toda casa japonesa e na tomada seguinte magicamente já está de sapato), de bom senso (depois de Hugh ter feito tão recentemente Gigantes de Aço era melhor ter evitado um novo “Real Steel”). Tem outras bobagens, mas a que mais me incomodou (e tomo cuidado para não revelar muito, mas de qualquer forma fique prevenido de Spoiler!). No final das contas, o filme todo da uma visão negativa dos japoneses, que de certa maneira ficaram ambiciosos. cruéis e capazes de tudo, não mereciam ter sido salvos na sequência inicial. E todos em nome da família, se traem uns aos outros, inclusive a própria filha e herdeira age de maneira discutível! Enquanto isso Hugh faz sempre cara de enfurecido e zangado, com as veias saltando se revoltando no começo porque mataram um urso! Que diante do que vem a seguir não é muita coisa!
O fato é que desta vez Wolverine sofre muito, em parte porque está perdendo seus poderes e agora os ferimentos doem muito, vítima de que foi de uma traição (a figura mais ridícula do filme é uma espécie de cobra mutante feita por uma atriz soviética mais alta do que a Uma Thurman, não tanto a coitada, mas quem a vestiu de Drag Queen em baile de carnaval ou filme de ficção cientifica dos anos 60! Aquele vestido verde que ela usa no seu momento clímax é a coisa mais inapropriada que já vi). Aliás, curiosamente alguém do filme tem fetiche por mulher alta porque a heroína, a vítima em perigo, é enorme, com jeito de jogadora de basquete (ainda que super doce).
Nem estou resumindo a história porque achei uma tolice única. Depois do prólogo em Nagasaki, Wolverine é ajudado por uma japonesa esquisita (não se faz uso direito do seu dito talento para a premonição) que o leva para Tóquio para encontrar um velho amigo que ele salvou da Bomba Atômica e que agora é um poderoso industrial. Quem tem problemas é a filha que seria sua herdeira o que pode provocar a fúria do pai dela. Enfim, a história se complica desafiando a lógica e o filme vai enlouquecendo até os letreiros finais. Deixem dessa mania de sair da sala correndo e aguardem o melhor momento do filme que é um adendo e teaser do que vem por aí. até serve para disfarçar porque vão sair discutindo o momento e não o filme que é fácil a pior produção da Marvel até o momento.