Até hoje não me convenci com Sienna Miller que não é inglesa, mas nasceu em Nova York e foi criada em Londres. Estudou na Escola de Lee Strasberg onde sua mãe chegou a ser diretora. O pai era banqueiro rico e foi noiva de Jude Law. Tem feitos filmes conhecidos como o recente The Girl (onde fez Tippi Hendren), Alfie, o Sedutor, Casanova, Uma Garota Irresistível, Stardust, Camille, Amor Extremo, o Primeiro G.I. Joe, e agora este road movie rodado na America por um importante diretor. Rachid é renomado produtor e diretor do cinema árabe, tendo sido indicado ao Oscar por Dias de Gloria (06) também premiado em Cannes e fez ainda o honesto London River Destinos Cruzados, 09 dentre outros (é o produtor do Camille Claudel que está para estrear aqui).
O filme já começa em Chicago, onde a emigrante do norte da África, Mona, de 26 anos (interpretada pela encantadora Golshifteh) foge da família porque a família é controlada pela sogra que reclama que ela não consegue ter filhos. Quando percebe que deu uma mistura errada de remédios e pode ser acusada da morte da velha, vai embora de ônibus onde por acaso encontra Marilyn (Sienna), que costuma comprar no mercadinho da família árabe e que só tem prazer em suas aulas de dança do ventre! E problemas com o casamento em crise. O reencontro dessas novas Thelmas e Lloise multirraciais é no caminho para Santa Fe e Marilyn que perdeu o emprego por causa da recessão e pegou o marido em flagrante delito decide participar de um teste de dança do Ventre numa companhia local. Um detalhe importante a Golshifteh é a mesmo que fez Procurando Elly, Rede de Mentiras com Di Caprio, Franco com Ameixas, Pedra de Paciência e hoje está banida do Irã!
Ou seja, é uma tentativa de fazer um filme feminista que possa ser consumido pelas duas culturas, a ocidental (que sabe pouco sobre o sofrimento das árabes) e não ousado demais para poder ser exibido onde mais interessa, ou seja no Norte da África ao menos. Sienna tem seus momentos, se apresentando sem maquiagem, lembrando por vezes Sharon Stone. Parece que há um esforço consciente dela de melhorar como intérprete embora desconfie que o problema é que Sienna se confunde com outras loiras e não tem uma personalidade tão marcante. E quando usa peruca morena (porque os clientes querem assim) fica sem cara! Virou outra pessoa.
O filme tem seus momentos (não tem problema em mostrar os americanos como racistas e violentos, surrando Sienna basicamente por que dançavam música diferente). Mulheres / estudantes de dança do ventre certamente irão curti-lo mais.
PS- Para os fãs de dança há uma ceninha onde aparece dançando na televisão a célebre Samia Gamal (1922-1994) que é descrita como a maior dançarina do Egito(e fez muitos filmes entre eles O Vale dos Reis com Robert Taylor, Ali Baba com Fernandel.