O filme que consagrou Edward G. Robinson, aos 37 anos, como um dos ícones do gênero Gângster. Antes deste filme havia uma tradição no cinema mudo sobre filmes sobre bandidos e gângsters, mas foi a Era da Proibição do Álcool (a Lei Seca) que deu início a proliferação das gangues de traficantes, criando um novo tipo de crime e bandidagem. Ou seja, a Warner estava fazendo filmes sobre o que sai nas manchetes dos jornais, conforme prometia, falando inclusive da queda da Bolsa em 1929, o que daria origem à Depressão. Inspirado em livro de W. R. Burnett (que era de Chicago e sabia tudo sobre Capone e os bandidos de lá), obviamente é inspirado nele (mas o que foi negado na época do lançamento, até por segurança e para evitar problemas com censura). Além de pode provocar processos (mas a Warner confessou que foi por essa razão que fez a fita). E que Robinson foi escolhido porque se parece com Capone (até na voz). Sem dúvida, foi uma escolha inspirada – até no uso do charuto – porque é uma presença impressionante num filme que será uma revelação para muita gente (no Brasil, ele teve também problemas com a nossa censura, ainda que ele tenha uma moral). Apesar de ter sido no começo do Cinema Falado, usa de forma brilhante os movimentos de câmera, efeitos de som (os tiroteios). Seria também um anti-sonho americano. Embora o que fique seja a famosa frase final, Mother of Mercy, is this the End of Rico? (Mãe da Piedade, este é o fim do Rico?). Aliás, cheque o filme com cuidado que ele é um clássico do gângster (e também do film noir) que só melhorou com o tempo. Indicado ao Oscar de Roteiro.