Crítica sobre o filme "Duas Rainhas":

Rubens Ewald Filho
Duas Rainhas Por Rubens Ewald Filho
| Data: 15/01/2019

Ficou programado para abril este drama histórico que teve o bom senso de não querer competir com o mais divertido e inteligente A Favorita, que aborda assunto semelhante (a luta entre rainhas inglesas) só que com mais humor e originalidade. A direção aqui pertence a uma mulher, Josie, que é diretora artística de um dos mais famosos teatros britânicos, o Donmar Warehouse. Na verdade, a primeira mulher a ter um cargo assim tão importante. Por outro lado, é seu primeiro filme de cinema, o que compromete algumas coisas, uma delas foi a escolha de duas jovens conhecidas em ascensão, mas não tão famosas. Até porque este histórico conflito não apenas verdadeiro, na realidade, tomam a liberdade de colocar as duas rainhas em conflito direto se enfrentando cara a cara! Aliás, essa licença poética já sucedeu antes de várias formas, até a nossa Cacilda Becker fez peça de teatro semelhante! As protagonistas mais famosas foram sem dúvida Katharine Hepburn em 1936, em Mary Stuart, Rainha da Escócia, de John Ford, Florence Eldridge como Elizabeth Tudor, depois teve outro filme semelhante chamado da mesma forma, 1971, dirigido por Charles Jarrott, com Vanessa como Mary e outra estrela duas vezes premiada com o Oscar, Glenda Jackson, como a Rainha Elizabeth. Aliás, o filme teve 5 indicações ao Oscar e não ganhou nada. Todos tour de force com atrizes célebres.

Aqui a ousadia é colocar atrizes mais jovens, indicadas ao Oscar, como Saiorse Ronan, o filme teve indicações de maquiagem e cabelos e figurino para Alexandra Byrne, embora as indicações de elenco ficaram com Margot Robbie, indicada no Bafta, como atriz coadjuvante, SAG (ela australiana ficou famosa com O Lobo de Wall Street, e Eu, Tonya). Ainda que prejudicada por uma maquiagem esquisita - já que sofria de um problema de pele! - que lhe tira a beleza.

Para quem não lembra, o conflito histórico entre as duas parentes, principalmente com Mary Stuart, que ficou viúva aos 18 anos e depois lutou para conquistar o poder do trono. Só que Elizabeth I, aquela que teria futuramente uma notável carreira, recusou se encontrar com ela e eventualmente tudo termina com uma morte. O filme custou 25 milhões e rendeu apenas 16.468 milhões. Os críticos de foram também reclamaram que as duas vivem paralelamente 16 anos e nem por isso parecem envelhecer! Pessoalmente faço restrições ao filme, começando com Saiorse, uma atriz que se repete, que fica pedante mesmo quando tem um personagem que precisava ser humano e cativante para convencer (no entanto, ela tem romances com vários homens, é fria e não tem a força para ser a rainha que ela pretende). A coitada da Margot tem um papel ainda mais inferior e ingrato, na verdade também prejudicada pelo roteiro que não lhe dá a categoria que merecia (na verdade, os filmes anteriores sobre a dupla são muito melhores mais emocionantes e realizados).