Esperava-se mais deste reencontro entre o astro Ryan Gosling e o diretor de Namorados Para Sempre (10), um simpático e intenso filme com Michelle Phillips sobre um amor mal-sucedido. O que não se sabia é que se trata de uma história muito complexa, contada basicamente em três episódios (de tal maneira que Ryan só aparece no primeiro). E que o poético título americano (O lugar que fica adiante dos Pinheiros) se refere realmente à cidade onde foi filmado, Schenectady, estado de Nova York (que é o seu significado em língua Mohawk).
Acho que o filme tem um mérito, sua bela fotografia, não apenas ao mostrar paisagens, mas o cuidado dos enquadramentos, com a iluminação. O diretor infelizmente não tem mão para dirigir atores. Ryan fala pra dentro e está todo interiorizado e coberto de tatuagens como um motoqueiro que trabalha num parque de diversões no Globo da Morte. Ainda assim quando ele sai de cena sentimentos sua falta. Eva Mendes, com ar Tristonho, faz sua amante de um dia que engravidou e teve um filho com ele. Agora para poder sustentar a criança, Ryan passa a cometer assaltos em bancos da redondeza.
No segundo episódio, é o irregular Bradley Cooper que assume o papel principal como um policial que sobe na carreira e tem problemas de consciência quando percebe como funciona o esquema de corrupção dos colegas, preferindo seguir uma carreira na burocracia (como se fosse diferente!). O problema do roteiro é que este nunca explica nada direito, ou aprofunda sentimentos ou situações. Deixa o dito pelo não dito e o espectador que se vire. Chegamos então a conclusão quando por obra do destino, se encontram e se tornam amigos o filho do policial (Dane DeHaan, muito canastrão) e o filho do ladrão (Emory). A escolha errada dos garotos e a trama pretensiosa que não faz muito sentido acaba por derrubar um filme que foi muito mal recebido fora (mas não foi tão mal assim se considerando a crítica, custou 15 milhões de dólares e chegou a passar os 20 milhões de renda).