Estreia na direção de um longa de um veterano de vários episódios da teve britânica, mais curioso por ser o filho da estrela Charlotte Rampling (durante muito tempo seu padrasto foi Jean Michael Jarre, filho do compositor Maurice Jarre, seu irmão David é mágico). Também escreveu o roteiro (baseando-se em livro de Elsa Lewin) deste thriller com pretensões a noir, que desde o começo se revela estiloso e competente. Inclusive impressionando com uma trilha musical com um blues melódico e melancólico bem interessante de Richard Hawley (teve internacionalmente prêmio do público em Vancouver e outro em Viareggio).
Embora a história comece com Anne, uma mulher madura (Charlotte, no seu esplendor de seus bem vividos 66 anos) que se distrai num bingo enquanto procura companheiros para sua solidão, logo se fixa num prédio de apartamentos onde ela aparentemente mora e onde houve um crime. A vítima era marido de uma moça que ela encontrou no bingo por sinal (a ótima Jodhy May). Só que por volta está um homem misterioso (Gabriel Byrne) que começa a levantar suspeitas de que ela poderia ser a assassina. Enfim, as coisas se complicam, mas não há ponto de nos envolver. Tudo é muito bem fotografado, iluminado, mas não há suspense ou tensão. Só depois de uma hora de filme há um flashback que compromete a heroína de alguma maneira, que poderia ser a assassina, mas o fato é que o roteiro é confuso e mal resolvido prejudicado por um final muito fraco. Acho que a melhor coisa são mesmo as canções de K.I.D .Teve locações também por questão de co-produção em Hamburgo na Alemanha e o elenco de apoio é de qualidade, com o bom coadjuvante Marsah (como um detetive)e uma aparição nostálgica de Honor Blackman (que foi Pussy Galore em 007 contra Goldfinger).