Crítica sobre o filme "Planeta Solitário":

Rubens Ewald Filho
Planeta Solitário Por Rubens Ewald Filho
| Data: 07/03/2013

Não tenho especial paciência para filmes como este ainda mais com Gael Bernal cuja maior atração é o fato de ter sido rodado na Geórgia Rússia (ex-Soviética) nas montanhas do Cáucaso e a equipe deve ter sofrido muito ao enfrentar difíceis condições de sobrevivência, mas o resultado parece mais um home movie sobre o casal andando, caminhando, dormindo e rolando no mato, e novamente caminhando, caminhando...

Este é o segundo longa de uma diretora nascida na Rússia, mas criada nos EUA (Colorado), depois de ter feito em 2006 Day Night Day Night. É vagamente inspirado num conto de Hemingway, aliás, famoso, A Curta e feliz vida de Francis Macomber, que por sua vez é baseado num incidente real que sucedeu antes da Segunda Guerra e que até virou filme com Gregory Peck em 1947 (Covardia, com Joan Bennett). E também noutra história, Exprensive Trips Nowhere, de Tim Bissell. Ambos são sobre casais de americanos que se aventuram numa excursão por um lugar de difícil acesso. Eventualmente a guia se vê diante de uma crise que envolve o casal e o destino do grupo, mas antes todo mundo anda muito, por um terreno aliás, não tão espetacular quando poderíamos esperar. Quando sucede a crise ela é talvez banal (quase não há gente, ou bichos), mas surge uma arma automática que terá importância na trama, se é que ela existe, mas já que é único melhor não entrar em detalhes. É de qualquer forma uma situação que faz balançar a relação do casal e praticamente o fulcro mais importante do que resta de trama. Enfim, gostar ou não, parece ser antes de tudo uma questão de gosto e empatia.