Crítica sobre o filme "Expedição Kon-Tiki":

Rubens Ewald Filho
Expedição Kon-Tiki Por Rubens Ewald Filho
| Data: 17/05/2013

Ainda me lembro quando era estudante do ginásio no Colégio Santista e um colega, Pedro Paulo, me falou de um livro chamado Kon-Tiki, que era um sucesso absoluto da não-ficção (termo que não existia ainda na época). A história real de um norueguês chamado Thor Heyerdahl, em 1947, um etnógrafo que fez uma perigosa e inédita travessia numa balsa rudimentar, na tentativa de provar sua tese (que havia sido ridicularizada) de que os indonésios haviam feito a travessia do mar até a região do Peru, na América do Sul, muito antes dos espanhóis. Ou seja, os noruegueses percorreram 5 mil milhas marítimas em condições precárias, revivendo o feito de 1.500 anos antes. Essa viagem foi filmada pelos aventureiros e rendeu um filme documentario de 1950, assinado pelo próprio Thor e Olle Nordemar (e ganhou um Oscar de melhor documentário naquele ano, fato praticamente desconhecido). 

Está nova versão mais romanceada concorreu ao globo de Ouro e depois ficou entre os cinco finalistas ao Oscar de filme estrangeiro. Nada mal. A saga de Kon Tiki que foi a Produção mais cara da Noruega, rodada em imagens de cartão postal, nas Maldivas, Bulgária, Malta, Nova York, Oslo, Suécia, Tailândia. E se conseguir ser descoberto o filme tem tudo para ser sucesso no Brasil. Boa história e belíssimas imagens.

O aventureiro Thor começou visitando os Mares do Sul e ficando fascinado com a natureza tropical (na verdade, antes disso tem um prologo dele menino sendo corajoso e caindo na agua de um lado congelado). Depois leva dez anos escrevendo uma tese que é rechaçada por todos académicos. Só resta a ele junto com mais seis companheiros (todos branquíssimos e loiros ou ruivos) embarcarem nessa histórica jornada. Feito parte em locação, parte em estúdio com efeitos especiais convincentes, não foge das armadilhas da biografia convencional, mas interessa e até empolga. 

O nome da balsa Kon-Tiki (inspirado em um nome alternativo da deusa inca Viracocha) e o filme reproduz em preto e branco cenas recriando as imagens originais do documentário (e ao final dando informações e cenas autenticas dos envolvidos). Foi dirigido por uma dupla Joachim Ronning e Espen Sandberg que fez antes Max Manus, Bandidas (que não conheço). O papel central de Thor é de Pal Sverre Hagen, que se parece muito com o verdadeiro. Ou seja, é uma raridade, uma aventura real, que tem emoção e surpresas. A parte dramática não é muito desenvolvida (embora tenha uma esposa a espera), mas é uma boa e até educativa diversão.