Crítica sobre o filme "Finalmente 18":

Rubens Ewald Filho
Finalmente 18 Por Rubens Ewald Filho
| Data: 17/05/2013

Este é um caso muito maluco de tradução de título. No original, é “21 anos ou mais”, se referindo a idade de maioridade legal para os jovens poderem tomar bebidas alcoólicas. Como no Brasil, a idade é de 18, simplesmente mudaram para Finalmente 18! Pensando em fazer sentido embora tenham conseguido justamente o oposto. Além disso, por aqui não é nenhuma novidade, já que a fiscalização em bares é praticamente nenhuma, mas os americanos têm essas coisas loucas como terem inventado a Lei Seca que teve a consequência de criar também os gangsteres e o contrabando. Afinal não basta proibir para que as pessoas automaticamente obedecem. E corre a lenda que parece verdadeira que jovem americano vai para a Faculdade/Universidade justamente para beber e fazer tudo aquilo que a família o controla e impede. Na verdade, eles não se divertem, não brincam como faz o brasileiro. Sua ideia de “fun” é encher a cara até caírem bêbados vomitando (por isso, que existem tantos casos de prisão por dirigir embriagado!).

Então é justamente isso que acontece nesta pseudo-comédia (que começa aliás, com um close no traseiro pelado dos dois protagonistas) que foi feita pela mesma dupla que realizou o semelhante e igualmente irresponsável Projeto X (que pelo menos era ocasionalmente engraçado). E que escreveu também a Saga Se Beber, não case! Está imitação custou relativamente pouco (13 milhões de dólares), mas também não estourou (não rendeu mais do que 25 milhões, o que para mim já é demais).Até porque a única coisa mais chata do que um bêbado na vida real é um bêbado no cinema!

As vítimas são os atores Justin Chon (da Série Crepusculo), o sósia de John Cusack Miles Teller (Projeto X e Footloose) e, Skylar Astin (de Escolha Perfeita. O ponto de partida é que o amigo chinês dos dois heróis está completando 21 anos e deve comemorar no que será uma noite de loucuras e alcoolismo. Para horror do pai rigoroso do oriental (interpretado por Justin Chau de Lost).

Vulgar, grosseiro e irresponsável são alguns dos adjetivos aplicáveis a esta monstruosidade repleta de cenas de vomito. Embora de certo momento em diante o chinês desmaie e passa a ser carregado cena a cena e naturalmente ele sofre mais abuso e humilhação (incluindo nudez). O mais estranho de tudo é que os dois amigos depois são conduzidos e capturados por uma irmandade feminina que os deixa despidos (a não ser por uma meia em lugar estratégico) e o castigo é que eles sofram palmadas (com madeira, coisa de sado, masoquismo) e sejam obrigados a se beijarem e se apalparem !!! 

Há ainda um ato de generosidade para tentar limpar um pouco a barra, mas o filme comete outro pecado mortal: não é suficientemente engraçado para justificar tanta baboseira.