Crítica sobre o filme "Beije-me Outra Vez":

Rubens Ewald Filho
Beije-me Outra Vez Por Rubens Ewald Filho
| Data: 10/05/2013

Em 2001, o diretor Muccino fez muito sucesso na Itália com o filme O Último Beijo, que chegou a ser exibido aqui, mas sem grande repercussão. Foi mais visto quando foi refeito pelos americanos, como Um Beijo a Mais (06) de Tony Goldwyn, com o Zach Braff. Já fazia algum tempo que a continuação italiana do mesmo diretor Muccino (que nesse meio tempo foi para os EUA onde fez boa carreira ainda que irregular, é dele o muito fraco e recente Um Bom Partido, tendo funcionado melhor os que fez antes com Will Smith, Sete Vidas e A Procura da Felicidade). 

O problema básico é que o filme original além de não ter sido assim tão memorável, é muito difícil ainda tê-lo na memória. Aliás, o roteiro e argumento são também do diretor o que faz supor que seja autobiográfico já que é uma variante no gênero criado faz anos por O Reencontro (The Big Chill, 83) de Lawrence Kasdan em que um grupo de amigos de faculdade se reencontram num fim de semana para conferir os estragos que a vida real lhes fez nos sonhos e projetos. Aqui, a história retoma dez anos depois com o mesmo elenco e personagens,embora curiosamente sem procurar ser muito original (tanto que pelo menos dois casais tem partos simultâneos e onde o marido legal não é o pai da criança!). Fora disso, os italianos continuam a gritar muito, serem passionais (dois casos também de pegar o revólver para fazer justiça ou suicídio) e copiam os americanos em fugirem das responsabilidades e se assumirem como adultos.

Por outro lado, o diretor Muccino aprendeu sua lição americana, realizando um filme de belíssima fotografia, narrativa ágil e mesmo frenética demais (apesar da longa metragem), locações fotogênicas e trilha musical (ou utilizaram o Eu sei que vou te amar de Jobim, ou é uma cópia descarada! Não consegui ver o crédito e não tem no IMDB), mas o roteiro poderia ter mais variantes além do recorrente : o homem de trinta e tantos anos, ou quarentão, que abandonou o filho pequeno e agora procura reencontrá-lo, ou o casamento que desmoronou (e a esposa arranjou o homem errado para substituí-lo, as doenças que começam a atacar (o protagonista e narrador Stefano Accorsi tem um peripaque que os médicos não sabem diagnosticar). Está faltando também do filme original a bela Vittoria Mezzogiorno que foi substituída pela também bela Vittoria Puccini. Conclusão: indicado para a faixa de idade dos personagens, corre porém o risco de sair de cartaz antes de ser descoberto.