Crítica sobre o filme "Que Traz Boas Novas, O":

Rubens Ewald Filho
Que Traz Boas Novas, O Por Rubens Ewald Filho
| Data: 10/05/2013

Foi uma grande surpresa está semana a notícia de a Academia do Oscar mudou as regras e a partir de agora também os filmes estrangeiros (ou seja, de língua não inglesas serão votadas por todos os associados e não mais por uma pequena comissão de voluntários que eram obrigados a ver todos os finalistas). Para evitar falhas como neste ano a ausência do Francês “Intocáveis”. Não sei ainda se será uma boa ideia, mas este filme canadense falado em francês local ficou dentre os cinco finalistas no ano passado. Não chega a ser uma obra-prima, mas interessa especialmente aos professores e todos abnegados que se dedicam ao magistério em suas diversas formas.

Também vencedor dos Gênies (O Oscar local) inclusive de filme e direção, este drama mostra um emigrante argelino que é contratado como professor substituto numa escola de Montreal .É uma história inspirado em peça de Evelyn de la Cheneliére - que aliás, faz ponta como a mãe de Alice - que agrada em diversos lugares do mundo (ganhou prêmio do público em Locarno). O filme começa com um grande impacto quando dois alunos entram numa classe para encontrar o seu professor enforcado. Na falta de melhor alternativa a diretor contrata Bachir Lazar que ofereceu seus serviços ao ler sobre o caso no jornal. Ele é um professor experiente, mas vem de outro mundo e outra experiência, numa classe onde os alunos estão ainda abalados e o curriculum é diferente do mundo árabe. Assim não é apenas uma variante de Ao Mestre com Carinho, mas também aborda os problemas da emigração, integração, responsabilidade, e obviamente educação. E ainda traz as marcas de uma tragédia pessoal. O interessante do roteiro é que ele não é tão obvio e previsível quanto parece, não dá respostas fáceis. Cheio de boas intenções, interpretações sinceras, merece ser visto e discutido.