Crítica sobre o filme "Suprema Conquista":

Rubens Ewald Filho
Suprema Conquista Por Rubens Ewald Filho
| Data: 07/05/2013

Não é todo mundo que vai curtir está comédia clássica que é especialmente recomendada para atores, diretores e gente do teatro em geral. Só eles saberão curtir as referências e o estilo de humor, inspirado em fatos reais (o diretor canastrão feito por Barrymore é inspirado num real, David Belasco), sempre “larger than life”(maior que a vida”). O filme sempre me inspirou pessoalmente e quando começo a dirigir uma peça de teatro, sempre cito o personagem de Jaffe que abre os ensaios dizendo:”apesar do que eu disser e fazer, não me entendam mal, eu amo vocês”. Realmente é uma homenagem ao Teatro, mas por isso mesmo vai parecer teatro filmado para os incautos. Por outro lado, é uma rara oportunidade de se ver no auge de seu talento, duas lendas do cinema: John Barrymore (1881-1942) e Carole Lombard (1908-42). O primeiro pertence a lendária família de atores, como seus irmãos Lionel e Ethel, e sua neta Drew Barrymore. Famoso por seu perfil, desde jovem era ídolo das matinés e estreou no cinema mudo em 1912, fazendo em 1926 o sonoro (mas não falado) Don Juan. Era alcoólatra e temperamental, mas é perfeito para o personagem. Carole é considerada a melhor comediante sofisticada que o cinema já teve, foi indicada ao Oscar por Irene, a Teimosa, 37, foi o grande amor da vida de Clark Gable e morreu tragicamente num desastre de aviação ao retornar de uma viagem onde foi vender bônus de guerra. Muito bem orquestrados pelo diretor Hawks, a dupla é cercada por ótimos coadjuvantes em grandes personagens (um dos melhores é o velho maluco que assina cheques sem fundo) num tom de total farsa.