Crítica sobre o filme "Porto Seguro, Um":

Rubens Ewald Filho
Porto Seguro, Um Por Rubens Ewald Filho
| Data: 19/04/2013

Já conseguiu se tornar uma das mais franquias mais bem sucedidas do cinema atual, a adaptação das novelas românticas do autor americano Nicholas Sparks. Nascido em Omaha, Nebraska em 31 de dezembro de 1965, formado na Universidade de Notre Dame em 88, faixa preta de Tae Kwan Do, ligado a esportes, fez sucesso com seu primeiro livro The Notebook que acabou sendo também seu primeiro êxito no cinema e ainda seu melhor filme: Diário de uma Paixão (04) com Rachel MacDams, Gena Rowland, James Garner e Ryan Gosling (garantia de fazer chorar). Antes disso, houve duas outras adaptações menores (Uma carta de amor/Message in a Bottle, 99 com Kevin Costner, Um Amor para Recordar/a Walk to Remember, 02, com Mandy Moore, Shane West). Aos poucos os filmes foram encontrando um público feminino fiel (e sempre mostrando a paisagem a beira da Carolina do Norte): Noites de Tormenta/Nights in Rodanthe, 08, com Richard Gere e Diane Lane, Querido John/Dear John, 10 com Channing Tatum, Amanda Seyfried; A Última Música /Last Song, 10,Miley Cirus, Liam Hemsworth, o recente Um Homem de Sorte/The Lucky One, 12, com Zac Effron e Taylor Schilling. 

É evidente então que qualquer crítica é desnecessária porque o fã (melhor dizendo “a” fã), irá assistir ao filme de qualquer jeito (orçamento de 28 milhões está com 70 milhões de renda). Sabe-se que o projeto era para ser estrelado por Keira Knightley (que o largou para fazer outro filme) e depois Carey Mulligan, caindo nas mãos de Julianne Hough (dos musicais Burlesque, Rock of Ages e o horrível Footloose), que aqui está mais madura e suportável. Mesmo que tenha dúvidas que um dia vire estrela de verdade. Quem tem boa memória vai perceber que a história é apenas uma reciclagem de Dormindo com o Perigo, de Julia Roberts, ainda que bem diluído e com menor impacto. Julianne faz Katie que foge de sua cidade escapando na chuva num ônibus que vai por acaso para a Carolina do Norte. Um policial está atrás dela e monitora tudo através das cameras escondidas. Ao chegar a cidade à beira mar, não demora para ela conseguir emprego de garçonete e se envolver com um viúvo bonitão e bom caráter (Josh Duhamel, marido de Fergie e que se mantém numa carreira razoável. Enfim, ele tem um casal de filhos e não é difícil imaginar o resto (o policial é tão obsessivo quanto O Inspetor Javert). O caso se envolve, nasce o amor e quando está no auge aparece o policial na cidadezinha pondo o romance a perder. 

Extremamente previsível, foi dirigido pelo sueco Lasse que já fez Querido John da mesma série e teve melhores dias com Gilbert Grape, aprendiz de sonhador, 93, Chocolate, 2000, Regras da Vida, 99, Minha vida de Cachorro, 85. (por esses dois últimos chegou a ser indicado ao Oscar de diretor). Francamente não há muito o que comentar, é o que pretendia ser e pronto.