Parece que Dwayne Johnson estava se firmando em sua carreira a ponto de deixar de lado seu apelido dos tempos de luta livre, The Rock, quando fez em filme O Acordo que teve até algumas boas críticas, mas foi considerado fracasso de bilheteria (embora tenha se pago, custou 15 milhões e rendeu 45! Nada mal. Em compensação, O G.I. Joe Retaliação também com ele até agora não passou a barreira do 100 milhões nos EUA, o que é decepcionante). A explicação da imprensa americana que foi até simpática ao filme é que a culpa é da produtora Summit (a mesma de Crepúsculo) que promoveu o projeto como se fosse uma aventura de ação quando na verdade é mais um drama até lento, que tem no máximo 10 minutos no máximo de ação. Ou seja, enganaram o público e que nunca gosta disso. E depois a verdade é que o diretor não tinha folego para um projeto desses. O diretor Ric Roman Waugh era stunt man (dublê) e coordenador de cenas de perigo de mais de 48 títulos. dirigiu e escreveu Felon,08 com Stephen Dorff, Na Sombra do Crime (01, com Matthew Modine, e Exit, 96, (que foi assinado com pseudonimo Allen Smithee). Ele logo nos primeiros minutos demonstra sua falta de controle escalando uma atriz muito ruim para fazer a mãe do rapaz. O roteiro não aprofunda nada (seu único charme é dizer que é inspirado em fato real, contando pelo programa de teve Frontline) e a culpa não chega a ser de Dwayne, que se esforça para segurar o que pode. Não tem culpa de que o filme é executado abaixo da média.
Quando se fala em fato real, geralmente são histórias ditas “inspiradoras” de sacrifício e luta para dar um bom exemplo (e Dwayne não seria a figura ideal para uma história dessas). No caso, ele é John Matthews, homem que tem seu próprio negócio de entregas(portanto caminhões) e que faz tudo para impedir que seu filho adolescente (Rafi Gavron) seja condenado a dez anos de prisão quando se envolve num caso de roubo de drogas, que o enquadra numa lei federal (seu melhor amigo para quem fazia uma espécie de favor pegando o pacote de Ecstasy e ainda por cima experimentando-o com sua namorada o denunciou para livrar sua cara, snitch seria isso dedar alguém). A única saída é o próprio pai tentar infiltrar –se na quadrilha para tentar ajudar o filho, e reduzir sua sentença, se envolvendo com criminosos. O roteiro é de Justin Haythe (Revolutionary Road/Foi apenas um Sonho, The Clearing/Refém de uma vida com Redford) junto com o diretor .Susan Sarandon que agora na maturidade tem trabalhado com frequência faz a promotora que oferece a oportunidade de redenção ao pai (e é um prazer vê-la ainda atraente e segura, tirando o máximo de um papel pequeno e ingrato). Assim não lhe resta outra alternativa se não ir procurar tipos escusos e procurar os contatos.
Preciso admitir que tenho certa rejeição a esse tipo de história, provavelmente porque eu já assisti muitas semelhantes (a trama é clichê desde os anos 30 nos filmes de gangster da Warner, com Cagney e John Garfield) e em todas as variantes. Por isso tinha certa má vontade com o filme, que no final das contas não é tão ruim como temia. Se Dwayne não é grande ator continua sincero e uma boa figura. Tem ainda Barry Pepper (como o parceiro do governo) e Benjamin Bratt, entrando só no fim do filme como o grandão do Cartel Há também a tão esperada sequência de ação com perseguição de caminhões onde diretor pode mostrar sua “expertise” no gênero. O maior destaque do filme porém é a trilha musical eficiente (para muita gente a melhor coisa da fita) que foi feita pelo compositor brasileiro Antonio Pinto, filho do grande Ziraldo, irmão de Daniela Thomas, que foi revelado com Cidade de Deus e que já havia sido o esteio do duvidoso A Hospedeira ainda em cartaz.