Crítica sobre o filme "Visitante Francesa, A":

Rubens Ewald Filho
Visitante Francesa, A Por Rubens Ewald Filho
| Data: 12/04/2013

Quem se conserva muito bem é Isabelle Huppert, que completou 60 anos em março e não aparenta a idade de jeito nenhum. E também não para de fazer filme pelo mundo inteiro o que obriga seus fãs (numerosos no Brasil) a seguirem sua discutível peregrinação por lugares e cinematografias exóticas. Como é o caso desta fitinha quase amadora (e de certa maneira tem o charme do mal feito, usando desajeitadas lentes zoom, um mesmo grupo de atores fazendo diferentes papeis quase uma ação entre amigos numa única locação do que um filme para ser levado a sério). Quem dirige e escreveu a brincadeira é um veterano de 16 filmes (não consta que nenhum deles tenha passado por aqui antes) que costumam passar em festivais (ou Berlim, este aqui vá entender porque concorreu em Cannes!).

De qualquer forma ele tem reputação internacional que não comprova aqui. A história abre com mãe e filha numa praia Mohang-ni esperando alguém que lhes roubou e lhe deve dinheiro. A moça resolve escrever um roteiro para passar o tempo (??) e assim assistimos 3 historietas relativamente engraçadinhas girando em torno do machismo dos homens coreanos que seriam todos encantados com mulheres estrangeiras que adoram paquerar 1) Isabelle é uma francesa de férias diretora de cinema que é paquerada por um diretor de cinema que tem uma mulher grávida chata que vive brigando (com razão)com ele, já que bebe e canta as mulheres. Tem também um salva vidas paquerador e caminhadas pela cidadezinha, mas nada de concreto sucede. 2) Isabelle faz agora Anne, que vive com um industrial e por isso vive na Coréia, mas tem um caso com um diretor de cinema e também encontra o salva vidas que lhe dedica canções. A mais fraca delas. 3) Isabelle agora é casada com um homem muito rico, mas que a trai com uma coreana. Em crise está viajando com sua empregada mais velha e também coreana, a quem pede para lhe apresentar um Monge (que lhe responde algumas perguntas). O salva-vidas também ataca e desta vez chega as vias de fato).

Tudo termina sem maiores conclusões, com um passeio (de guarda-chuva) pela chuva. E daí? Duro de acreditar que caímos nessa cilada! Ah, Isabelle fala inglês a maior parte do tempo, com diálogos que parecem improvisados. Espero que ela tenha se divertido muito porque a gente nem um pouco.