Se fosse sincero poderia se chamar Duro de Matar na Casa Branca, com Gerard Butler no lugar de Bruce Willis. Porque o roteiro parece uma ideia descartada daquela série (mas sem dúvida do que o exemplar mais recente dela) se inscrevendo na recente mania, masoquista americana de imaginar tragédias com seus monumentos nacionais, ainda por cima provocados por terroristas orientais, aparentemente Norte coreanos (no dia em que vi o filme em cabine foi justamente quando saiu a notícia de que o Norte estava se preparando para fazer guerra e invadir o Sul, o que provocou um frio na Espinha. E se outra vez a vida imitar a arte? E se algum imbecil tiver ideia de virar copycat e imitar tudo que vemos na tela? Porque o filme no fundo é um manual de assalto bem-sucedido a mansão presidencial mais famosa do mundo!).
Esse péssimo exemplo é a base para este eficiente filme de ação luxuoso (custou 70 milhões de dólares e rendeu até agora 54 milhões, estando ainda em quinto lugar nas bilheterias) e até eficaz, que finalmente traz um sucesso para a carreira estagnada de Gerard Butler, que ficou com o papel central (um agente secreto que protege o presidente americano, um momento muito ruim de Aaron Eckhart, mas cai em desgraça quando não consegue salvar a primeira dama – a ainda bela Ashley Judd num mero cameo - que morre depois de acidente de carro na estrada nevada). Isso também da boa ideia do filme que conseguiu um elenco muito bom para atores competentes mesmo quando não tem muito o que fazer (como a ótima Angela Bassett, fazendo algo como secretaria da defesa, Morgan Freeman como o presidente em exercício e o coreano nascido em Washington, Corey Yune de Velozes e Furiosos (I) e 007 Um Novo dia para morrer). O título original curioso,” O Olimpo caiu” se refere ao nome de guerra dada a Casa Branca).
Quem dirige é o afro americano Antoine Fuqua (Dia de Treinamento, Lagrimas do Sol) em cima de um roteiro de Creigton Rothenberg e a islandesa Katryn Benedikt (só confirmei que era mulher pelo Facebook!), ambos ex-executivos, casados e estreantes no cinema. De qualquer forma, mesmo com ma vontade o filme é bem conduzido. O herói Mike Benning está encostado num lugar de rotina, quando descobre que a Casa Branca, perto de seu escritório está sendo atacada num bem planejado e realizado ataque de tal forma que em alguns minutos estão todos mortos, ou prisioneiros. Os terroristas conseguem capturar o presidente e alguns secretários de estado, escondendo-se no bunker que ficaria no subsolo. Não vou dizer que eles pretendem e nem como o conseguem, basta contar que Mike Benning se infiltra na Casa em meio a mortandade e tenta liberar algumas das vítimas.
Sinceramente não sei imaginar como irá reagir o nosso espectador diante de uma derrota americana, nem também nos momentos obviamente patrióticos (lembrando um Independence Day, mas há uma diferença entre coreanos e Ets!). Só garanto que as cenas de ação são bem feitas, bem encenadas (a Casa Branca foi construída em Bossier City, na Louisiana, e são convincentes!).
O roteiro também tem algumas coisas que o tornam mais realista e mesmo curioso. Por exemplo, a crítica aos militares representados aqui pelo chefe deles, feito por Robert Forster. Apesar da rejeição do plano por Mike que está dentro da Casa, este insiste em atacar pelo telhado o que resulta num desastre (e Forster leva a maior bronca quando tenta tomar o poder!) Também o presidente americano está longe de ser heroico, sua resistência a ver os colegas torturados (será que tem algo a ver com a atual moda de torturar prisioneiros? Só que aqui invertido...). Enfim, por essa fraqueza ele quase leva tudo a perder...Ou seja, o filme não apenas louva, mas também crítica. O que me pareceu nas circunstancias até um atrevimento!