Espero que ainda de tempo de descobrir está comédia francesa que entrou discretamente (não me lembro de ter Sid chamado para a cabine) e que fui assistir mais pela indicação da Vejinha do que outra coisa. E gostei muito, é uma excelente diversão para público adulto e que não gosta de chanchada. É assumidamente uma adaptação de sucesso teatral e sem dúvida lembra outro texto Frances, que é Carnage (Deus da Carnificina) com a diferença de que este funcionava no palco, mas a versão para o cinema foi desastrosa, estragada pela direção de Roman Polanski que tomou as decisões erradas.
É provável que assistindo-o os dois autores do texto que eu não conhecia Alexandre de La Pattelliére, Matthieu Delaporte (o único filme que adaptaram e que lembro de passar aqui foi 22 balas) resolveram também passar a direção, assim ao menos tinham o controle do material. O resultado é muito feliz tanto que o filme acabou sendo indicado para 4 Césars, de roteiro, filme, ator (o já veterano Patrick Bruel que também é cantor) e ganhou dois como coadjuvantes (os ótimos Valérie Benguigui, que faz a dona da casa e esteve em Entre os Muros da Escola e 42 outros títulos, e continuava desconhecida, e outro veterano desconhecido Guillaume de Tonquedec (também 52 titulos) que faz o melhor amigo dela que guarda um segredo. Estranhamente o único não indicado foi Charles Berling, que o professor/marido, mas que está igualmente bem, se não melhor (ele é mais famoso, ao menos já o entrevistei duas vezes e é inteligente e difícil).
Deu para sentir que no começo – já que o filme deve ter sido rodado em continuidade de tempo- os diretores se esforçaram em fazer muitos cortes, tentando dar dinamismo. até que perceberam que mal podíamos acompanhar os diálogos, isso atrapalhava e resolveram assumir o tempo do conflito. Felizmente o filme começa bem com uma moto atravessando o centro de Paris, passando por vários lugares famosos até subir as escadas até uma casa de família onde tenta entregar uma pizza, mas endereço errado!
E assim começa a história de amigos que se reúnem para um jantar de comida árabes, um cuscuz feito pela dona da casa, Elisabeth que também é professora primária e cuida do casal de filhos já que o marido pouco liga, envolvido em sua própria auto importância. Os outros convidados são velhos companheiros, um amigo de infância que é musico de orquestra sinfônica e Vincent, o irmão da de Elisabeth, um sujeito também egocêntrico, pretensioso, que sempre liderou o grupo e entra em conflito com o cunhado metido a filosofo. Ele se casou há pouco tempo com uma mulher bem-sucedida e estão esperando o primeiro filho (ela vai chegar tarde ao almoço e só entrara no conflito mais tarde).
Tudo parece ir bem até quando Vincent diz que já escolheram o nome do filho e pede para adivinharem. Daí em diante, o que é apenas meia hora de filme, eu não vou contar mais a história porque vai estragar seu prazer. Quando descobrem o nome começa uma conflagração complicada e divertida, que vai crescendo e se tornando ainda mais interessante (há também mais um personagem ainda que aparece mais em flashbacks que a mãe de Vincent e Elisabeth que é feita pela ainda bela Françoise Fabian, que já foi maiores beldades do cinema Frances e agora retorno como senhora de idade.
Temo que o filme não tenha chance de ser descoberto o que será uma pena porque é das comédias mais inteligentes dos últimos tempos (eu adoro quando os personagens começam a lavar a roupa suja e fazer revelações!). Divirtam-se.